Em Porto Alegre, rio Guaíba transborda e águas invadem o Cais Mauá

Águas do Guaíba invadiram o Cais Mauá
Águas do Guaíba invadiram o Cais Mauá — Foto: Reprodução / Centro Integrado de Coordenação de Serviços de Porto Alegre

Com o aumento no volume de chuvas no Rio Grande do Sul, o Rio Guaíba ultrapassou a cota de inundação, em Porto Alegre, e as águas invadiram o Cais Mauá. O rio, principal via fluvial que atravessa o estado, está com nível de 3,09 metros, enquanto o limite da cota de inundação é 3 metros.

Devido à situação, a prefeitura de Porto Alegre fechou as comportas de contenção do sistema de proteção contra enchentes, para evitar inundações na região central da cidade. A cheia do Guaíba já estava prevista, ele recebe águas de diversas bacias hidrográficas, como Caí, Taquari e Sinos.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul enviou alerta sobre a condição do Guaíba e orientou que moradores que vivem próximo ao rio, em áreas de risco, deixem suas casas

” É orientação expressa que os moradores de áreas próximas ao Guaíba, nos municípios de Porto Alegre (zona sul), Guaíba e Eldorado do Sul, para que deixem áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Caí.

As pessoas que não tiverem locais alternativos devem buscar informações junto à Defesa Civil da sua cidade sobre os abrigos públicos disponibilizados pelas Prefeituras, rotas de fuga e pontos de segurança”, informa a nota.

O aumento no volume do Rio Guaíba começou na tarde desta quarta-feira, e levou autoridades a começarem estratégia para a contenção da cheia e evacuação de localidades próximas. Nesta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros local determinou que a população deixe as margens dos rios Taquari, Sinos Gravataí, Caí, Jacuí e Ibicuí, além da encosta de morros ou terrenos muito inclinados, de acordo com o portal Correio do Povo. Eles ainda defendem a evacuação dos bairros Arquipélago, Aberta dos Morros, Restinga, Ponta Grossa, Belém Novo, Serraria, Humaitá, Navegantes e Hípica.

Relatório do MetSul na manhã desta quinta aponta que, como ainda tem mais volume de chuvas previsto para os próximos dias, o pior da cheia deve ocorrer no final de semana, e na semana que vem na área do Guaíba. Eles avaliam, no entanto, que “não é possível estimar a altura exata que o Guaíba possa chegar”, mas é possível que ele ultrapasse o patamar de 3 metros — a última vez que a cheia chegou a esse patamar nesta época do ano foi em 1941.

Durante a noite, o prefeito Sebastião Melo (MDB) determinou o fechamento das comportas do Cais Mauá para conter a elevação do nível quando a aferição feita pela prefeitura estava em 2 metros. A medida foi definida em conjunto com órgãos municipais.

Na madrugada, a Defesa Civil do estado também alertou para inundação no Rio Gravataí, que cruza municípios da região metropolitana gaúcha.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou estado de calamidade pública devido aos mais de 100 municípios impactados pelo temporal no estado. Decreto foi publicado na noite de quarta-feira, no Diário Oficial e permanecerá em vigor por 180 dias. Ao todo, 10 pessoas morreram e ao menos 21 estão desaparecidas.

Medida destaca a severidade dos impactos das chuvas, inundações, granizo, alagamentos, enxurradas e vendavais no Estado, sendo categorizados como desastres de Nível III, classificados por danos e prejuízos substanciais.

Além disso, estabelece que os órgãos e entidades da administração pública estadual devem prestar apoio imediato às áreas afetadas, em estreita colaboração com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.

O texto também prevê a possibilidade de os municípios afetados solicitarem auxílio semelhante, cujas solicitações serão avaliadas e homologadas pelo Estado, garantindo uma resposta ágil e coordenada diante da emergência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre a tragédia, nesta terça-feira (30), e disse que o governo federal presta todo apoio ao estado gaúcho.

“Conversei por telefone com o governador gaúcho, Eduardo Leite, e coloquei o governo federal à disposição do Rio Grande do Sul que novamente sofre com as fortes chuvas. Falei com os ministérios da Integração, da Defesa e com o ministro Paulo Pimenta e, no que for necessário, governo federal irá se somar aos esforços do governo estadual e prefeituras para atravessarmos e superarmos mais esse momento difícil, reflexos das mudanças climáticas que afetam o planeta”, escreveu Lula em seu X, antigo Twitter.

Fonte: O Globo

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