Em conversa por telefone com Putin, Lula defende negociação de paz na Ucrânia

Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva
Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Ramil Sitdikov/SPUTNIK/AFP e Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone sobre o conflito na Ucrânia, o Brics — bloco formado pelos dois países — e o G20, informou o Kremlin nesta segunda-feira. Segundo o Palácio do Planalto, Putin também expressou solidariedade às vítimas do Rio Grande do Sul durante a conversa, que aconteceu na manhã desta segunda-feira.

Segundo o governo russo, “foi expressado um interesse mútuo em aprofundar ainda mais a parceria estratégica, que está se desenvolvendo com sucesso, entre a Rússia e o Brasil”. Lula e Putin concordaram em estreitar os diálogos sobre o Brics e o G20, presididos neste ano pela Rússia e Brasil, respectivamente.

Lula reforçou, ainda, a necessidade de uma ampla reforma do sistema de governança global, a ser debatido no âmbito do G20, afirmou o Planalto.

Lula teria expressado o desejo de contribuir para a busca de acordos pacíficos para o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia, que se arrasta desde o início de 2022, quando tropas russas invadiram o território ucraniano. O governo brasileiro não divulgou nota sobre o telefonema.

No final do último mês, Brasil e China assinaram uma declaração conjunta de negociação de paz para o conflito. De acordo com nota do governo brasileiro, China e Brasil têm o entendimento em comum que “apoiam uma conferência internacional de paz, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz”.

A declaração foi divulgada após o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, reunir-se em Pequim com o chanceler da China, Wang Yi, para tratar sobre “uma solução política para a crise na Ucrânia e a desescalada da situação”.

O principal ponto acordado entre os governos brasileiro e chinês é que a Rússia não pode ficar de fora de negociações para resolver o conflito. Uma conferência será realizada nos dias 15 e 16 de junho na Suíça sobre a guerra, mas Lula não deve participar porque a Rússia não foi convidada. O texto da proposta sugere que a China também não estará presente, apesar dos apelos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que o país asiático participe do encontro.

O presidente brasileiro decidiu enviar a embaixadora do Brasil na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi, para representá-lo na reunião, mas o envio da diplomata vai depender de os organizadores da cúpula permitirem que os países possam ser representados pelos seus embaixadores.

A conferência na Suíça também foi tratada no telefonema entre Lula e Putin. O presidente russo teria apresentado “as principais abordagens russas em relação à próxima conferência de paz na Suíça”, informou o Kremlin.

Fonte: O Globo

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