Em áudio, general diz que prisão de Moraes seria em 18 de dezembro

Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes liberou nesta 6ª feira (15.mar) a quebra de sigilo dos depoimentos dos alvos da operação Tempus Veritatis à PF

Áudio apreendido pela PF (Polícia Federal) mostra que uma das etapas de um suposto plano golpista que seria encabeçado por aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 era prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 18 de dezembro de 2022.

O áudio foi enviado pelo general do Exército Laércio Virgílio, e consta em seu depoimento à PF, que teve o sigilo quebrado nesta 6ª feira (15.mar.2024) por determinação de Moraes.

“Então, se preciso for, vai ser fora das 4 linhas. E aí, nessa ordem de operações, nos decretos, nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo [18.dez.2022], na casa dele, como ele faz com todo mundo”, disse Virgílio no áudio.

No áudio, o general afirmou ainda que o plano era publicar o decreto do estado de sítio e da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) depois da prisão do ministro do Supremo e colocar as Forças Armadas para “agir”.

À PF, Virgílio confirmou ter sido o autor do áudio e afirmou ter enviado a mensagem diretamente para o major Ailton Gonçalves Moraes Barros, que também prestou depoimento à corporação.

Apesar de ter mencionado no áudio um suposto plano para prender Moraes, Virgílio disse à PF não saber como se daria a suposta prisão. Segundo ele, o áudio se tratava de uma “opinião” porque, para ele, a prisão do ministro seria “necessária” para a volta da “normalidade institucional” e da “harmonia entre os Poderes”. Eis a íntegra do depoimento (PDF – 6 MB).

Ao ser questionado se a operação que citada no áudio tinha o objetivo de executar o crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, o general respondeu que a “ideia” que quis passar ao mencionar a operação era implementar a GLO “temporariamente” até que a normalidade constitucional se reestabelecesse.

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A PF deflagrou em 8 de fevereiro de 2024 a operação Tempus Veritatis (do latim, “Tempo da Verdade”) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado para tentar mantê-lo na Presidência da República.

Relatório da PF encaminhado ao STF afirma que Bolsonaro recebeu uma suposta minuta pedindo a prisão dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A minuta teria sido o objeto das reuniões convocadas por Bolsonaro no Palácio da Alvorada com integrantes do seu governo e militares da ativa.

Fonte: Poder360

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