Em 4 anos, rotas de integração vão ligar o Brasil à Ásia, diz Tebet

Tebet
“Temos 5 rotas para apresentar [...] Quero dizer, sem medo: uma rota não exclui a outra, uma rota não fragiliza a outra, uma rota não compete com a outra. Pelo contrário [...] Vocês vão ver como uma rota está interligada na outra”, disse Tebet (foto)

Os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, apresentaram nesta 6ª feira (21.jun.2024) a Rota Quadrante Rondon, 1 das 5 Rotas de Integração Sul-Americana.

A proposta do governo federal é que o Brasil aumente o comércio com países vizinhos por meio de rotas mais curtas e logisticamente menos custosas, diante da força das exportações e importações do país com a Ásia. “Em 4 anos, todas essas rotas têm condições de já estarem ligando nossos Estados à China e à Ásia”, disse Tebet.

“Temos 5 rotas para apresentar, mas só vou falar da 3ª, que é a que interessa a Mato Grosso. Quero dizer, sem medo: uma rota não exclui a outra, uma rota não fragiliza a outra, uma rota não compete com a outra. Pelo contrário. Se eu tivesse levado ao presidente Lula [PT] só uma rota, ele colocaria na gaveta e falaria: ‘Isso não é projeto de país. A gente não vai conseguir desenvolver o interior do país dessa forma’. Vocês vão ver como uma rota está interligada na outra”, disse Tebet, durante cerimônia em Cáceres (MT).

Dados do órgão mostram que, de 2000 a 2023, Mato Grosso saltou do 10º para o 4º lugar entre os principais estados exportadores do Brasil. As vendas externas do Estado passaram de US$ 1,7 bilhão para mais de US$ 32 bilhões no período.

Em 2023, o complexo soja, o milho, as carnes bovinas e o algodão representaram mais de 90% do total das vendas mato-grossenses. A China é a maior compradora do Estado, com 41% do total.

Apesar do cenário, Mato Grosso continua escoando cerca de 56% da sua produção pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Os números mostram ainda que as importações de Mato Grosso passaram de US$ 158 milhões em 2000 para US$ 3,2 bilhões em 2023. O aumento, segundo o ministério, se deve, sobretudo, à importação de adubos, que representaram mais de 70% do total.

No período, as importações de fertilizantes pelo Estado foram oriundas, principalmente, do Canadá, da Rússia e da China, países banhados pelo oceano Pacífico, e ingressaram no Brasil pelos portos de Santos e Paranaguá.

“Só tem um jeito de a gente acabar com a desigualdade social, no sentido de diminuir essa desigualdade: diminuir a desigualdade regional. Não é possível os Estados do Centro-Oeste e alguns do Norte e mesmo do Nordeste serem Estados mais pobres que Estados do Sudeste. Diante disso, se eu apresentasse essas rotas há exatos 30 anos, as pessoas iam sair daqui de fininho, ir embora e falar: ‘Isso é mera utopia’”, afirmou a ministra.

Saiba abaixo os principais projetos de integração sul-americana em Mato Grosso:

A ampliação da BR-174 em Mato Grosso, de acordo com o governo federal, representa um investimento necessário na infraestrutura viária. A rodovia integra uma importante área produtiva do noroeste de Mato Grosso com o sul de Rondônia, contribuindo para conectar as cidades de Colniza (MT) e Vilhena (RO).

Cáceres tem cerca de 95.000 habitantes e tem acesso à capital Cuiabá pela BR-070 e ao município boliviano de San Matías. A cidade também é cortada pela BR-174, que segue para Pontes e Lacerda (MT) e Vilhena (a 540 km). Cáceres também conta com uma opção hidroviária, pelo rio Paraguai até Corumbá (MS). O aeroporto, na avaliação do governo federal, é um importante canal de acesso ao Pantanal.

O trecho, segundo o governo federal, facilita o acesso a áreas de produção em Mato Grosso e Rondônia, “contribuindo para a sua dinamização e desenvolvimento”.

A obra promove melhoria da infraestrutura em uma região considerada altamente produtiva e exportadora –só as cidades de Campo Novo dos Parecis (MT), Sapezal (MT) e Vilhena exportaram US$ 3 bilhões em 2023, sobretudo de soja, milho, algodão e carnes.

A obra, em execução, conecta 5.000 km de cabos de fibra óptica pelos municípios mato-grossenses de Juína, Parecis, Brasnorte, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nobres, Pontes e Lacerda, Jauru, Barra de Bugres, Cuiabá, Campo Verde, Jaciara, Rondonópolis, Alto Garças, Barra do Garças e Cáceres. A rede chega até a fronteira com a Bolívia.

A BR-070 é classificada pelo governo federal como um importante corredor de integração nacional, conectando Brasília com Cáceres ao longo de 1.300 km.

A adequação é no trecho em que a rodovia contorna Cuiabá e Várzea Grande (MT), buscando facilitar o fluxo de cargas, acelerar a circulação de veículos e contribuir para aumentar a competitividade dos produtos.

Com cerca de 619 mil habitantes, a capital de Mato Grosso detém a maior produção agrícola do Brasil e é cortada pela BR-364.

Destacam-se, como atrativos turísticos, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, construída em 1730, e a Chapada dos Guimarães. No Aeroporto Marechal Rondon, a concessionária estima a conclusão das obras de ampliação e modernização do terminal ainda em 2024.

A BR-163 é considerada pelo governo federal como fundamental para a articulação de uma das regiões agrícolas mais produtivas e exportadoras do Brasil.

São 800 km de Ouro Branco do Sul (MT) a Sinop (MT), passando por Lucas do Rio Verde (MT) e Sorriso (MT). Em seguida, a carga segue para o norte.

Inaugurada em 1998, a Ferronorte tinha 500 km de comprimento, entre Santa Fé do Sul (SP), nas margens do rio Paraná, e Alto Araguaia (MT). Em 2012, houve uma ampliação de 260 km, levando os trilhos até Rondonópolis (MT).

O objetivo do atual projeto é adicionar 600 km na atual ferrovia, para conectá-la com o epicentro do agronegócio de Mato Grosso. O novo trecho incorpora os municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, além da capital.

O projeto estima que a ferrovia, com quase 1.000 km, conecte Sinop com o Porto de Miritituba, em Itaituba (PA). Seguindo um trajeto similar ao utilizado por caminhões na BR-163, a finalidade é tornar menos demorado, menos custoso e menos poluente o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelos portos do Arco Norte.

Atualmente, metade das exportações mato-grossenses de soja e milho sai do Brasil pelos terminais de Belém, Santarém (PA), São Luís e Santana (AP).

Este trecho da rodovia, segundo o governo federal, tem a função de escoar grande parte da produção de grãos do Centro-Oeste ao longo de 1.000 km até o Porto de Miritituba, na cidade de Itaituba (PA), nas margens do rio Tapajós. Em seguida, as cargas seguem por via fluvial até o rio Amazonas e, então, para o oceano Atlântico.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Poder360

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.