Eleitores homenageiam Navalny em centros de votação na Rússia

Eleitores homenageiam Navalny em centros de votação, na Rússia
Eleitores homenageiam Navalny em centros de votação, na Rússia — Foto: AFP

Neste domingo, eleitores se reuniram em frente a alguns colégios eleitorais em Moscou e outras cidades russas ao meio-dia, em resposta a um chamado da oposição para homenagear Alexei Navalny — morto em circunstâncias ainda pouco claras há um mês — e denunciar as eleições de cartas marcadas que terminam hoje e devem dar mais um mandato ao presidente russo, Vladimir Putin.

A participação nos protestos tem sido muito variada dependendo dos locais: Moscou e São Petersburgo foram as cidades onde mais pessoas responderam ao chamado de Yulia Navalnaya, a viúva de Navalny. No horário marcado, dezenas de pessoas se reuniram em frente ao colégio eleitoral da Escola 2025 da capital.

— Não há tanta gente, mas é um bom resultado — declarou Leonid Pakhin, um estudante de 18 anos: — Não tinha expectativas específicas, estou apenas feliz que as pessoas tenham vindo.

Denis, um jovem de 21 anos que trabalha na área publicitária, foi expressar seu apoio à oposição sem correr o risco de ser detido. As manifestações clássicas contra o poder são duramente reprimidas na Rússia.

— Vim para expressar minha solidariedade com uma pessoa muito importante (…). Estas eleições são uma forma de honrar a memória de Navalny — explicou.

Em Marino, um bairro de Moscou, Natalia, de 65 anos, afirmou que se juntou à concentração para se despedir de Navalny, a quem chamou de “herói”. Sua amiga Elena, engenheira de 38 anos, a acompanhou.

— Esta é nossa única oportunidade de expressar nossa opinião — sustentou.

O opositor, principal crítico de Putin por mais de uma década, morreu em 16 de fevereiro, em uma prisão no Ártico, enquanto caminhava, segundo o governo. A versão oficial é que ele sofreu de “síndrome da morte súbita”.

Advogado de formação, Navalny já havia sido envenenado em agosto de 2020, e passou por um tratamento na Alemanha, onde viveu por alguns meses. Foi preso no início de 2021, após regressar à Rússia, onde continuou denunciando a repressão e a corrupção das elites russas. Também era um forte crítico da campanha militar do Kremlin contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

Um dia após sua morte, a polícia russa prendeu centenas de pessoas durante manifestações em homenagem a ele, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos OVD-Info, a maioria em São Petersburgo e alguns em Moscou.

Fonte: O Globo

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