Descoberta cósmica: saiba mais sobre o campo magnético visto em torno do buraco negro central da Via Láctea

Imagem revela detalhes sobre buraco negro da nossa galáxia
Imagem revela detalhes sobre buraco negro da nossa galáxia — Foto: EHT Collaboration

Astrônomos divulgaram, nesta quarta-feira, a descoberta de um campo magnético em torno do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, Sagittarius A* (Sgr A*). Essa revelação oferece novas percepções sobre as características deste poderoso objeto cósmico.

A estrutura do campo magnético ao redor de Sgr A* foi observada em padrão espiral, semelhante ao campo magnético do buraco negro M87*, situado no centro da galáxia Messier 87 (M87). Isso sugere que campos magnéticos fortes podem ser comuns entre os buracos negros, e a descoberta levanta a possibilidade de que Sgr A* também possa gerar jatos de material para o espaço, embora ainda não tenham sido detectados.

Essas revelações foram possíveis graças a uma nova imagem mostrando o ambiente ao redor de Sgr A*, capturada pela primeira vez em luz polarizada. A luz polarizada é emitida por elétrons em movimento ao longo das linhas do campo magnético, fornecendo informações valiosas sobre sua estrutura e intensidade.

Sgr A* é um gigante cósmico com uma massa 4 milhões de vezes maior que a do Sol, situado a cerca de 26 mil anos-luz da Terra. Astrônoma Sara Issaoun, co-líder da pesquisa, destaca a importância dos campos magnéticos na interação dos buracos negros com o ambiente ao seu redor.

A descoberta levanta a possibilidade de jatos de material emanando de Sgr A*, semelhantes aos observados em torno de M87*. Angelo Ricarte, astrônomo envolvido na pesquisa, enfatiza a semelhança na geometria do campo magnético entre os dois buracos negros, sugerindo a eficiência dos possíveis jatos gerados por Sgr A*.

Essa pesquisa foi conduzida com o auxílio do Event Horizon Telescope (EHT), uma colaboração internacional de observatórios trabalhando para estudar buracos negros. A técnica de aprendizado de máquina chamada Primo foi utilizada para preencher lacunas nos dados, resultando em uma imagem mais nítida e detalhada de Sgr A*.

Essas descobertas representam um avanço significativo na compreensão dos buracos negros e reforçam a importância da colaboração científica internacional para explorar os mistérios do universo.

Estagiária sob supervisão de Daniel Biasetto

Fonte: O Globo

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