Para Rodrigo Silva, pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), a média diária de confirmações de casos está em mais de mil por dia no RN e tem relação com a mudança na dinâmica do poder público na forma de lidar com a doença.
“Quando a gente olha para esses números percebe que está tão ruim quanto em junho do ano passado, no primeiro pico. Porém, a situação é bem mais flexível na questão da circulação de pessoas. As iniciativas públicas eram pautadas nos números, nas condições em que a doença se manifestava, se baseando na ocupação para definir as medidas. Agora, desde o pós-eleição, a gente não tem visto esse mesmo tipo de iniciativa do poder público”, avaliou o pesquisador em entrevista à Tribuna do Norte.
Para ele, os decretos estão indo na contramão das orientações da Ciência, dando às pessoas a sensação de que é seguro manter os hábitos que tinham antes da pandemia. “Tivemos a introdução de novas variantes, como a de Manaus e a do Rio de Janeiro. Não há mais controle efetivo. O cansaço das pessoas também tem levado a buscarem menos informações sobre o quadro atual, na ilusão de poder viver a vida normal”, pontuou Rodrigo Silva.