Datafolha: 88% dos moradores de São Paulo são favoráveis ao uso de câmeras corporais pela polícia

Câmera corporal usada pela Polícia Militar de São Paulo
Câmera corporal usada pela Polícia Militar de São Paulo — Foto: Maria Isabel Oliveira

Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (17) mostrou que 88% dos moradores da cidade de São Paulo são favoráveis a policiais usarem câmeras em seus uniformes. Para a maioria dos entrevistados, a principal contribuição seria na redução da violência, e oito em cada 10 responderam que os equipamentos devem ser usados por todos os agentes, sem exceções.

A pesquisa entrevistou 1.090 pessoas entre os dias 7 e 8 de março deste ano. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto usou, nas entrevistas, a pergunta: “Você é a favor ou contra o uso de câmeras nos uniformes de policiais para que todas as suas ações durante o horário de trabalho sejam filmadas?”

O resultado foi apoio o de 88% dos entrevistados, enquanto apenas 8% foram contrários às câmeras, e 3% responderam que são indiferentes em relação ao tema. O uso de câmeras corporais pela polícia de São Paulo começou em 2020, através do programa “Olho Vivo”.

Além da pergunta principal, o Datafolha também questionou outros pontos sobre o tema, para medir a percepção dos principais impactos com o uso das câmeras

Impedir a ação violenta de maus policiais:

Diminuir a violência de forma geral:

Diminuir a morte de policiais:

Impedir a ação violenta de criminosos:

Diminuir a morte de criminosos:

Nos últimos meses, o número de mortes em operações policiais vem crescendo em São Paulo. Por isso, o tema das câmeras corporais acirra o debate no estado, colocando em lados opostos especialistas em segurança pública que defendem a medida e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reclamam da obrigatoriedade.

Durante a campanha eleitoral, em 2022, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou a se dizer contra o uso das câmeras. Ao assumir o governo, ele ajustou o discurso e disse que estudava a ampliação da medida, mas cortes orçamentários tornaram o governo alvo de críticas de especialistas em segurança pública. Até o ano passado, havia 10.125 câmeras disponíveis, e em outubro foram cortados R$15 milhões da verba para o programa, 10% do total previsto.

A justiça chegou a determinar que policiais em atuação na Operação Escudo, na Baixada Santista, usassem câmeras corporais, mas a liminar foi suspensa. Deflagrada no ano passado após a morte de um policial, a Operação Escudo deixou mais de 30 mortes. O caso chegou ao STF, e o ministro Luís Roberto Barroso deu prazo para que o estado se manifestasse sobre o tema.

Fonte: O Globo

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