Ricardo Carvalho, pai da estudante de medicina Larissa Moraes de Carvalho, de 31 anos, que está em estado vegetativo há um ano após complicações em uma cirurgia ortognática, em Juiz de Fora, Minas Gerais, deu atualizações sobre o estado de saúde da filha.
Após meses de internação, ela voltou à casa da família, de onde havia se mudado para morar no Rio de Janeiro, onde cursava sua segunda graduação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ao Metrópoles, Ricardo contou que “tem momentos que a gente chama ela e ela dá sinais de que está entendendo”.
Ele reconheceu que “pode ser aquela coisa de pai, de ver ela se recuperando”, mas disse ainda esperar que ela consiga “voltar” para a família. — Temos levantado a cabeça e tentado nos ajudar entre si, mas é uma dor muito grande. Eu não sinto decepção, eu sinto dor. Ela estava feliz com os amigos dela, fazendo faculdade e morando no Rio — contou ao jornal.
Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Larissa se especializou na indústria de Alimentos e Bebidas, tendo trabalhado com a produção da cervejaria Heineken. Durante sua formação, ela também realizou um intercâmbio para complementar os estudos. A jovem morou, entre 2014 e 2015, na cidade de Bristol, na Inglaterra, onde se graduou em ciência forense pela University of the West of England.
Além de mais uma formação complementar em gerenciamento de negócios, pela San Ignacio University, dos Estados Unidos, ela ingressou, em 2022, no curso de medicina na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), passando a morar na cidade carioca.
Um ano depois, em 2023, ela deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, em 16 de março, para realizar uma cirurgia ortognática, procedimento para corrigir alterações dos maxilares e mandíbulas. Larissa passou mal depois da cirurgia e teve uma parada cardiorrespiratória.
Ela chegou a ser reanimada e permaneceu internada na unidade de saúde por mais de um ano, mas não voltou a ficar consciente. Após a parada cardiorrespiratória, Larissa ficou um mês no CTI, pegou pneumonia e infecção urinária. Depois foi transferida para um quarto, onde permaneceu até março deste ano. Há um mês, ela foi levada para casa e segue em tratamento domiciliar.
O caso foi levado ao Ministério Público de Minas Gerais e, em setembro de 2023, o promotor Jorge Tobias de Souza determinou a abertura de investigação pela Polícia Civil, que abriu inquérito e colheu depoimentos. O hospital, o médico-cirurgião e o médico anestesista são investigados. A família aguarda respostas sobre o que levou a jovem a ficar em estado vegetativo.
Fonte: O Globo