Corte de árvores e ruído perto de hospital veterinário: prova da Stock Car em BH opõe UFMG, prefeitura e organizadores

Mapa da prefeitura mostra região onde ocorrerá a prova e a localização do hospital da UFMG
Mapa da prefeitura mostra região onde ocorrerá a prova e a localização do hospital da UFMG — Foto: Reprodução

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recorreu aos Ministérios Públicos Estadual e Federal para impedir a realização de uma prova da Stock Car no entorno do estádio Mineirão e ao lado da instituição de ensino. No ofício, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida diz que a universidade não foi notificada formalmente sobre as datas do evento, previsto para agosto, e das providências para bloqueio do seu entorno, o que pode causar impacto no deslocamento de alunos, professores e funcionários.

Outra preocupação é com o ruído. A prova de automobilismo será realizada perto do hospital veterinário da UFMG, onde animais ficam internados em recuperação. O documento foi encaminhado ao procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, e ao procurador da República, Carlos Bruno Ferreira da Silva. O Ministério Público de Minas Gerais já informou que fará a mediação do caso, uma vez que a prefeitura de Belo Horizonte fez um pedido de solução extrajudicial para a questão.

Um dos organizadores do evento, o empresário Sergio Sette Câmara, disse que houve um encontro com a reitora da UFMG para tratar do assunto. Sobre o ruído, afirmou que serão instaladas barreiras acústicas, sem detalhar como elas funcionariam.

A prefeitura de Belo Horizonte e a organizadora da Stock Car fecharam um acordo, em dezembro do ano passado, para que a capital mineira receba uma edição anual da competição por cinco anos consecutivos. Neste primeiro ano de evento, as provas estão programadas entre os dias 15 e 18 de agosto.

O local escolhido foi o entorno do estádio Mineirão, um dos pontos turísticos da capital, ao lado da Lagoa da Pampulha e também da UFMG. A realização da Stock Car requer uma série de alterações no trecho: retirada da faixa elevada de pedestres, remoção de canteiros centrais, semáforos e postes, alargamento das vias, construção de muros de proteção e retirada de mais de 60 árvores.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) aprovou a supressão de 63 árvores e os trabalhos começaram no dia 28 de fevereiro. Houve protesto por parte de moradores, ambientalistas e integrantes de movimentos sociais. Alguns chegaram a fazer vigília para impedir a derrubada. Segundo a prefeitura, 688 mudas de árvores seriam plantadas na mesma região. A Justiça chegou a suspender o corte, mas, um dia depois, uma nova decisão autorizou a supressão.

A prefeitura de Belo Horizonte aposta no evento como atrativo turístico. O prefeito Fuad Noman (PSD) minimizou os impactos ambientais provocados pela derrubada das árvores alegando que “não é algo grave” e que o evento contribuirá para colocar BH no “mapa mundial do esporte”.

O lançamento da BH Sock Festival ocorreu na última quinta-feira. O evento reuniu pilotos do automobilismo nacional como Cacá Bueno e Felipe Massa.

Fonte: O Globo

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