Corpo de Alexei Navalny é entregue à sua mãe

Flores colocadas ao lado de uma foto do líder da oposição russa Alexei Navalny no monumento às vítimas da repressão política, em São Petersburgo, Rússia, após a morte de Navalny 
16/02/2024
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© Reuters/Stringer

O corpo do líder oposicionista russo Alexei Navalny, que morreu inesperadamente na prisão há nove dias, foi entregue à sua mãe neste sábado (24) na remota cidade de Salekhard, no Ártico, informou sua porta-voz.

Em vídeo gravado antes da liberação do corpo, a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, acusou o presidente Vladimir Putin de torturar o corpo de um oponente político.

Os aliados de Navalny pediram aos partidários que “não relaxassem” e sua porta-voz, Kira Yarmysh, escreveu no X que não havia certeza de que as autoridades russas deixariam os parentes realizarem um funeral “do jeito que a família quer e do jeito que Alexei merece”.

Em seu vídeo de seis minutos publicado no YouTube, Yulia disse que continuaria a luta contra o regime de Putin, questionou a fé do presidente e o acusou de manter o corpo de seu marido como “refém”.

Nessa sexta-feira (23), a mãe de Navalny, Lyudmila, informou que os investigadores russos estavam se recusando a liberar o corpo de um necrotério em Salekhard até que ela concordasse em não realizar funeral público.

Ela disse que um funcionário havia lhe dito que ela deveria concordar com as exigências deles, pois o corpo de Navalny já estava se decompondo.

Hoje, os assessores de Navalny afirmaram que as autoridades ameaçaram enterrá-lo na colônia remota da prisão onde ele morreu, a menos que sua família concordasse com as condições.

Desde que retornou à presidência russa em 2012, Putin tem se posicionado como defensor dos valores tradicionais e conservadores contra o que retrata como liberalismo ocidental corrosivo.

Ele também alardeia sua proximidade com a Igreja Ortodoxa Russa, comparecendo regularmente a cultos em festivais religiosos e falando de sua fé pessoal.

Navalnaya disse que seu marido era um cristão devoto, que frequentava a igreja e jejuava na Quaresma mesmo quando estava na prisão. Acrescentou que o ativismo político dele havia sido inspirado pelos valores cristãos.

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Fonte: Agência Brasil

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