Os balanços de casos, mortes e internações que têm inundado o noticiário todos os dias nos últimos três meses de pandemia tendem a ocultar uma característica óbvia porém fundamental da realidade brasileira: a desigualdade. Os mais de 50 mil óbitos pela Covid-19 computados no país até agora, claro, não se distribuem igualmente pelo enorme e diverso território em que vivemos. Longe disso, carregam um abismo social que faz o vírus ser 13 vezes mais letal no Norte do que no Sul.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, enquanto na primeira região 45,5 a cada 100 mil habitantes já morreram pela Covid-19, na segunda esse número está em 3,4 até agora. Entre os dois extremos vêm Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, com taxas que variam de 27,8 a 5,9 respectivamente.Os estados que sofrem com índices mais altos de mortalidade são Amazonas, Ceará, Pará, Rio de Janeiro e Pernambuco e suas respectivas capitais. Na outra ponta, com as menores taxas, estão Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.