Investimento de milhões e Furna da Onça com sede
Se a crise hídrica tem se agravado nas cidades, na Zona Rural de Caicó ela tem atingido os piores níveis de calamidade nas últimas semanas. Em várias comunidades rurais a falta d’água já se arrasta há semanas, e em algumas delas há meses. A Furna da Onça é um exemplo claro disso. Apesar de uma placa na entrada da comunidade anunciar investimentos de mais de 1 milhão de reais em poços tubulares, as cisternas construídas pela Funasa só receberam água uma vez, e quase 50 pessoas estão sem ter acesso a água.
Seu Francelino e as cisternas sem água na Furna na Onça
“Pra gente ter acesso a água uma menina traz em cima de um jumento pra gente tomar banho. Coisa pouca. Antigamente vinha um carro-pipa aqui, mas faz tempo que ninguém aparece. Já fui na prefeitura, no Batalhão, e não adiantou nada”, reclama José Francelino Filho, morador da comunidade.
Caixa d’água da Escola do Bom Jesus, além de seca sendo destruída pelo tempo
A situação de José Francelino não é tão diferente da enfrentada por Cícero Abdias e Jader Aladim de Araújo, ambos moradores do Sítio Bom Jesus. A comunidade que fica vizinha a Furna da Onça também deveria ser abastecida pela Prefeitura de Caicó, mas as caixas d’águas permanecem vazias a maioria do tempo. “Tem uma caixa da prefeitura aqui que faz 15 dias que ninguém aparece pra colocar água. O rio não tem cacimba, a gente vai falar uma máquina na prefeitura e ela só vive quebrada…”, explicou Jader.
Sistema adutor do DNOCS também sem água
Ano passado o DNOCS construiu um sistema adutor levando água de uma estação elevatória para vinte casas na comunidade, mas nem estes reservatórios estariam sendo abastecidos pela Operação-Pipa, como destaca Cícero Abdias. “Quando passou um mês o poço secou de tudo e ficou perdido. E há muito tempo que a Pipa não vem abastecer as cisternas da comunidade”.