Comerciantes do Centro de SP calculam prejuízos com apagão

Restaurante no Copan abriu as portas sexta-feira, mas funcionou a luz de velas
Restaurante no Copan abriu as portas sexta-feira, mas funcionou a luz de velas — Foto: Edilson Dantas

Dez dias depois do início da série de apagões ainda há pontos no Centro de São Paulo sem energia elétrica na região da Rua 25 de Março e das ruas Augusta e Paim operando com geradores. Muitos comerciantes da região, que ficaram às escuras por mais de um dia, se preparam agora para calcular, comprovar os prejuízos e pedir ressarcimento à concessionária Enel. No fim de semana, o prefeito Ricardo Nunes informou que entrou com representação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedindo garantia de serviço de qualidade e classificou a situação como “intolerável”.

Um dos exemplos de lojas que ainda estão funcionando com gerador é a Colore Pedrarias, na Rua Comendador Abdo Schahin, fornecedora de artigos para confecção de bijuterias e acessórios. Uma funcionária da loja confirmou ao GLOBO o uso de gerador, mas não deu detalhes. A Enel informou que o fornecimento da Rua 25 de março está normalizado, com a maioria dos clientes conectados à rede da distribuidora, e que alguns seguem abastecidos por geradores “de forma preventiva”.

A União dos Lojistas da Rua 25 de Março (Univinco) informou que a energia elétrica foi restabelecida, mas que teve de cancelar a festa de 159 anos do comércio na região, que seria realizada nesta segunda-feira, devido à incerteza em relação ao fornecimento. O evento previa várias atividades promovidas pelos lojistas e, inclusive, tendas com serviços que seriam oferecidos na rua.

No edifício Copan, ponto turístico da capital paulista, o fornecimento de energia foi interrompido na tarde de quinta-feira e restabelecido apenas no fim da tarde de sábado.

— Foi muito difícil, mas consegui alugar um gerador por 10 horas para fazer funcionar o café. Imagine um café sem a máquina de café – diz Raimundo Oliveira, dono do World e do restaurante Casa do Raimundo, ambos no Copan.

No restaurante, segundo o chef de cozinha, queimou a máquina de chope. O prejuízo, segundo ele, supera R$ 15 mil, que serão cobrados da concessionária. Além dos gastos extras que teve com a falta de energia, Oliveira viu o movimento cair pela metade. O café, por exemplo, recebe em média 200 clientes por dia e, com a falta de luz, deixou de faturar.

Udson Sales, que administra 63 apartamentos alugador por meio do Airbnb no Copan, afirma que a falta de luz obrigou a cancelar reservas e reembolsar parte do valor pago por clientes.

— Alguns não ficaram porque não sabíamos quando a energia iria voltar — diz Sales.

Além do prejuízo com as diárias, Sales afirma que há problemas com equipamentos, como aparelhos de ar condicionado e cortinas elétricas que deixaram de funcionar. Outro gasto foi com lavanderia. O serviço de troca de roupas de cama e banho é feito no próprio Copan e teve de ser terceirizado. Nesta segunda-feira, um eletricista está avaliando os problemas em equipamentos elétricos nas unidades.

– Precisamos saber se queimou ou se dá para consertar esses aparelhos. Depois vamos cobrar da Enel — diz Sales.

Fonte: O Globo

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.