Com indícios de subnotificação, Brasil tem curva mais lenta do que a dos EUA, único a registrar mais óbitos

O Brasil atingiu neste sábado (20) a marca de 50 mil mortes em decorrência da Covid-19, inédita entre todos os países do mundo exceto os Estados Unidos.A evolução letal no Brasil é mais lenta do que a ocorrida nos EUA, onde a marca de 50 mil mortes foi alcançada em 55 dias após o primeiro óbito. O Brasil, aliás, ainda testa muito pouco para Covid-19. Até o último dia 10, segundo o Ministério da Saúde, 632 mil exames sorológicos foram feitos na rede pública, ou 3 para cada 1.000 habitantes Os EUA, em igual período, haviam testado parcela 22 vezes maior.

Mas a curva americana de vítimas, que só recentemente perdeu fôlego, é a que mais se assemelha à brasileira. Juntos, os países respondem por mais de um terço (37%) dos óbitos da doença no mundo, ainda que perfaçam menos de 7% da população global. Embora no Brasil a Covid se interiorize rapidamente, arriscando uma calamidade ainda maior em rincões do país onde a rede de saúde é mais deficitária, o Sudeste e o Nordeste respondem por três quartos dos mais de 1,04 milhão de casos e dos 50 mil mortos. Em São Paulo, estado mais populoso do país, mais de 210 mil adoeceram —metade deles na capital— e mais de 12 mil morreram. No Rio de Janeiro, já são quase 100 mil casos e 9.000 mortos.

 

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