‘Cogumelos alucinógenos’: irmã de cirurgião morto na Tailândia revela troca de mensagens com filho de ator espanhol acusado do crime

O cozinheiro espanhol, Daniel Sancho, e o cirurgião colombiano, Edwin Arrieta
O cozinheiro espanhol, Daniel Sancho, e o cirurgião colombiano, Edwin Arrieta — Foto: Reprodução

Acusado de matar o cirurgião plástico colombiano Edwin Arrieta Arteaga, de 44 anos, na ilha tailandesa de Koh Pha Ngan, o espanhol Daniel Sancho Bronchalo, de 29, teria trocado mensagens com a irmã da vítima após o desaparecimento, em agosto de 2023.

Em entrevista ao programa espanhol De Viernes, na rede Telecinco, Darling Arrieta relatou ter entrado em contato com Sancho após perder comunicação com o irmão, que foi para a Tailândia passar férias e estava com amigos espanhóis.

— [Edwin] me deixou um celular para que eu pudesse cuidar da parte do trabalho. Entrei no Instagram e comecei a procurar os amigos espanhois dele. Vi (uma publicação) sobre esse homem na praia — conta Darling.

Ela resolveu enviá-lo uma mensagem, e questionou se ele “sabia algo” sobre o irmão.

— Ele me disse: “olá, como vai você? Eu o vi na praia ontem, mas o perdi de vista. Tomamos alguns cogumelos alucinógenos”. Isso me surpreendeu. Ele me perguntou: “você sabe o que são cogumelos alucinógenos?” E ele me disse que eram como cogumelos — diz a irmã da vítima.

Darling relata ter indagado Sancho sobre não ter procurado a polícia, e afirma ter desconfiado dele desde então.

Sancho está em prisão preventiva na Tailândia desde agosto, depois que a polícia disse que ele havia admitido o assassinato. Sob a lei tailandesa, condenações por assassinato premeditado podem resultar em pena de morte. No entanto, a família de Arrieta disse anteriormente que não buscaria a pena de morte.

Filho do ator Rodolfo Sancho, conhecido por seus papéis em séries como “Al salir de clase” ou “El ministerio del tiempo”, Daniel entrou na Tailândia como turista em 31 de julho. Após o desaparecimento do médico colombiano, a polícia encontrou partes de um corpo em um depósito de lixo nesta ilha que acreditaram pertencer a ele.

Sancho admitiu esconder o corpo de Arrieta — o que pode resultar em até um ano de prisão — mas nega uma segunda acusação, de ter destruído o passaporte do colombiano. O advogado de Sancho, Apichart Srinual, confirmou que seu cliente apareceria no tribunal, mas recusou-se a responder às perguntas dos repórteres.

Imagens de câmeras de vigilância obtidas pela polícia mostram Bronchalo e Arrieta juntos em uma motocicleta antes que os restos mortais do colombiano fossem encontrados.

A polícia disse em agosto que o motivo de Sancho para o assassinato era incerto. O julgamento do assassinato de Daniel Sancho Bronchalo, de 29 anos, começou no início de abril.

No tribunal, o pai de Sancho afirmou que o filho estava “bem”. Em frente ao prédio, o advogado Juan Gonzalo Ospina Serrano, representando a família de Arrieta, disse esperar que “a lei tailandesa seja rigorosa, que a verdade possa ser dita”.

— Esperamos que a família possa fechar esta dolorosa etapa de sua vida e que possam começar seu luto — disse ele.

O promotor público tailandês que apresentou o caso contra Sancho também se recusou a falar com a mídia no tribunal. Espera-se que o julgamento dure até meados de maio, com dezenas de testemunhas devidas a aparecer no tribunal.

A ilha Koh Pha Ngan é famosa por suas praias de areia branca e atrai milhares de mochileiros para suas notórias festas de “lua cheia”. Em 2017, outro espanhol, Artur Segarra, foi condenado por assassinar um empresário em Bangkok e descartar partes do corpo desmembradas no Rio Chao Phraya.

Fonte: O Globo

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