Chuvas no RS: aterro ‘extra’ deve receber 150 vezes o volume diário de lixo comum retirado de Porto Alegre

Cerca de 800 garis fazem a limpeza pós-enchente nos bairros mais afetados
Cerca de 800 garis fazem a limpeza pós-enchente nos bairros mais afetados — Foto: Alex Rocha/PMPA

A prefeitura de Porto Alegre assinou nesta terça-feira um acordo para a contratação emergencial de um aterro sanitário para o descarte de 77 a 180 mil toneladas de resíduos das enchentes. O novo local terá um custo previsto de R$ 19,7 milhões e servirá como depósito para montantes que podem chegar a até 150 vezes a média diária de lixo recolhida na cidade.

O novo aterro será estruturado em Gravataí, município localizado a cerca de 30 km da capital gaúcha, e ocupará uma área correspondente a 270 hectares. O depósito deverá receber materiais contaminados pelas águas das cheias e que não se decompõem com o tempo. Entulhos, restos de madeira, lama e lodo devem receber a destinação correta ao chegarem no local, de acordo com o diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), Carlos Alberto Hundertmarker.

Segundo Hundertmarker, as atividades de coleta de lixo foram paralisadas por cinco dias devido o alagamento das vias que conectam Porto Alegre ao aterro de Minas do Leão, usado para a destinação do lixo comum produzido na cidade. Durante esse período, aproximadamente 10 mil toneladas de resíduos ficaram acumulados, gerando reclamações de moradores por conta do mau cheiro provocado pela decomposição de alimentos e de animais mortos.

— É um universo muito complexo. Aqui no Centro foram encontrados peixes e animais domésticos mortos, em outros bairros achamos dois jacarés, tartarugas. E na região central temos o Mercado Público, por onde passavam 300 mil pessoas em dias normais, mas que está totalmente submerso. Então, tudo se perdeu ali: carnes, peixes, cereais… o cheiro ali perto é muito ruim, é muito feio de se ver — diz ele.

O serviço de coleta de lixo foi normalizado em 17 áreas da cidade, com o recolhimento de 4.148 toneladas de resíduos nas ruas e em espaços secos. Para cumprir essa tarefa, foram mobilizados cerca de 800 garis, auxiliados por 168 caminhões e 30 retroescavadeiras.

Nesta quarta-feira, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), também iniciaram o processo de lavagem no entorno do Mercado Público Central, duramente atingido pelas enchentes. O serviço foi executado com o apoio de servidores do órgão e de carros-pipa.

*Estagiária sob supervisão de Cibelle Brito.

Fonte: O Globo

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