Christa Pike, única mulher no corredor da morte no Tennessee, luta contra a execução

Condenada em 1996, 'jovem mais cruel dos EUA' segue no corredor da morte
Condenada em 1996, 'jovem mais cruel dos EUA' segue no corredor da morte — Foto: Reprodução wvlt tv

Quase 30 anos após o crime, Christa Pike, de 47 anos, permanece no corredor da morte. Ela segue presa e sem data definida para execução. Em 1995, ela torturou e assassinou brutalmente uma colega de turma no Tennessee (EUA). Pelo crime, a jovem de 18 anos foi condenada à morte, se tornando a mulher americana mais jovem a receber a pena.

Em novembro do ano passado, um juiz do condado de Knox negou o pedido da defesa para reabrir seu recurso e reduzir sua sentença. No processo, seus advogados argumentaram que uma decisão recente da Suprema Corte do Tennessee mostrou que a idade deveria ser considerada na sentença, dizendo que “não há linha dura de maturidade ou diferença entre o desenvolvimento cerebral de um jovem de 17 e de 18 anos”.

No entanto, o juiz do Tribunal Criminal do Condado de Knox, Scott Green, discordou. Ele escreveu que a decisão citada pelos advogados se aplicava apenas a menores, então Pike não estabeleceu que ela era elegível para reabrir seu caso.

Ela pode ser a primeira mulher executada no Tennessee em mais de 200 anos. No entanto, a Suprema Corte do estado ainda não definiu uma data de execução para Pike.

O crime aconteceu na cidade de Knoxville, em 12 de janeiro de 1995. A adolescente decidiu matar a colega Colleen Slemmer, de 19 anos, depois de se convencer de que ela estava tentando roubar seu namorado, Tadaryl Shipp. O rapaz e Shadolla Peterson, uma outra amiga de Pike, também participaram do crime.

Em 1996, um júri condenou Pike por assassinato e a sentenciou à morte pelo assassinato brutal de Colleen Slemmer. Os promotores disseram que Pike e dois outros jovens torturaram Slemmer e espancaram e atingiram com uma faca. Pike saiu de cena do crime com uma parte do crânio de Slemmer, disseram os promotores. Nenhum dos seus coautores, que tinham 17 anos, foi condenado à morte.

Shipp foi condenado à prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional —ele pode ser liberado em 2028. Já Peterson se declarou culpada de ser cúmplice do crime após ter servido como vigia durante o assassinato. Ela recebeu uma sentença de liberdade condicional de seis anos por seu papel.

Os advogados, Gleason e Randy Spivey, argumentaram que Pike sofria de uma doença mental grave e não tratada e de um trauma intenso no momento do crime.

“Na época do crime, há quase 30 anos, Christa Pike era uma adolescente, de apenas 18 anos, com doença mental grave não tratada e um histórico de abuso físico e sexual grave e repetido, violência, estupro e negligência que começou quando Christa era muito jovem. O co-réu de Christa, que tinha 17 anos, terá direito à liberdade condicional em breve. No entanto, Christa, que era apenas alguns meses mais velha, pode ser executada”, afirmaram num comunicado.

Pike também cumpre pena por tentativa de homicídio. Em 24 de agosto de 2001, ela estrangulou a presidiária Patricia Jones com um cordão de sapato e quase a sufocou até a morte. A condenação pelo crime veio somente em 12 de agosto de 2004.

Fonte: O Globo

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