O número de municípios atingidos pelos fortes temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada chegou a 397 nesta terça-feira, segundo nova atualização da Defesa civil do estado. Nessas localidades, já chega a 48.799 o número de desabrigados, 156.036 desalojados, 372 feridos, 131 desaparecidos e 95 óbitos confirmados (além de outros quatro em investigação) entre as mais de 1,4 milhão de pessoas atingidas.
A cidade de Gramado tem o maior número de vítimas fatais (7), seguida por Bento Gonçalves (6), Santa Maria, Caxias do Sul, Lajeado e Veranópolis (5), Canoas, Porto Alegre, Venâncio Aires e Três Coroas (3), Forquetinha, Taquara, Capitão, Encantado, Paverama, Canela, Roca Sales, Salvador do Sul, Santa Cruz do Sul, Serafina Corrêa, São Vendelino e Boa Vista do Sul (2).
Os municípios de Bom Princípio, Capela de Santana, Esteio, Farroupilha, General Câmara, Itaara, Montenegro, Pantano Grande, Pinhal Grande, Putinga, São João do Polêsine, São Leopoldo, Segredo, Silveira Martins, Sinimbu, Sobradinho, Vale do Sol e Vera Cruz.
As fortes chuvas que atingem o estado já deixaram cerca de 650 mil pessoas sem abastecimento de água e ao menos 451 mil pontos do estado estão sem energia elétrica. O governador do estado, Eduardo Leite, apresentou uma previsão meteorológica que mostra que a situação tende a se agravar nas próximas horas. Até domingo, o estado deve enfrentar temporais, ventos fortes, novas enchentes, granizo e uma onda de frio, que representa um risco ainda maior para desabrigados.
— Ainda estamos num período difícil — introduziu o governador. — Já para amanhã, a sala de situação que faz análises meteorológicas aponta uma frente fria que está se deslocando pelo estado e que deve provocar temporais generalizados, em todas as regiões. Atenção para descargas elétricas, granizo e rajadas de vento de até 100km/h. E, à noite, as temperaturas devem despencar.
Questionado sobre o que o governo estadual planeja para evitar novas tragédias a partir da previsão para os próximos dias, o governador reforçou que o principal objetivo é evitar que pessoas estejam presentes nas áreas de risco.
— A primeira estratégia é o alerta: fazer a população entender a gravidade do que já aconteceu e do que vem pela frente ainda. A nossa grande preocupação é não termos pessoas em áreas de risco e sustentarmos os serviços básicos dentro dessas condições, com abastecimento de água, saneamento, energia elétrica, alimentos e, em função do frio, cobertores e roupas de inverno são muito bem-vindos nas doações também. Também já pedi colaboração técnica a companhias de outros estados, como São Paulo, para forcarmos em restabelecer a energia e drenagem urbana.
Fonte: O Globo