Casos de covid aumentam 46% no RN em uma semana

Nos últimos sete dias, o Rio Grande do Norte registrou 5.224 casos de covid-19. O número é 46,33% maior do que foi contabilizado no mesmo período imediatamente anterior, de acordo com dados atualizados diariamente pela Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap). O aumento ocorre durante o surgimento de novas variantes do coronavírus no estado e no período de maior sazonalidade da doença, segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, Kelly Lima.

“Se a gente for pegar o recorte da pandemia, anualmente, no final de cada ano nós temos um aumento no número de casos e no meio do ano também, o que coincide com período de chuvas e de férias. Ou seja, periodicamente, esses meses tem se manifestado de forma característica com esse aumento no número de casos da covid”, disse a coordenadora.

Nessa terça-feira (6), 1.216 casos foram adicionados ao total monitorado desde o início da pandemia no Estado. Desses, 788 eram de pessoas que tiveram a confirmação do diagnóstico nas últimas 24 horas e os demais eram de outras datas. Há um mês, a quantidade de casos notificadas dentro do mesmo dia da testagem ficava na casa das unidades.

Além dos casos confirmados, o estado teve onze óbitos registrados nos últimos sete dias. A quantidade também é maior que os nove contabilizados nos mesmos sete dias anteriores a este período.

O epidemiologista Ion Andrade pontua que o número de casos deve ser ainda maior do que o registrado, levando em consideração a subnotificação. “A covid se tornou uma doença relativamente habitual, portanto quando a pessoa tem um quadro respiratório leve muitas vezas não se inquieta em ir fazer o diagnóstico, como também o autodiagnóstico em farmácia pode produzir muitos resultados que não são comunicados à vigilância epidemiológica”, explicou Ion Andrade.

Isso, para o epidemiologista, é uma prova do efeito das vacinas contra as formas mais graves da doença. O que tem acontecido com as novas cepas do vírus é que elas conseguem passar mais facilmente pela barreiras de contágio impostas pela imunização. A flexibilização de práticas comportamentais é outro fator que explica a maior transmissão.

Ion Andrade destacou o indicador de quantidade de internações nos últimos sete dias para destacar o controle da situação epidemiológica, mas reforçou a necessidade de cuidados, especialmente com as pessoas em grupos de risco. As medidas de proteção consistem no uso de máscaras e o cumprimento do esquema vacinal contra a covid-19.

“A ideia é que a gente possa impactar no teto dessa curva de casos, de forma a garantir o uso de máscaras e a imunização. No mês de novembro nós tivemos 300% de aumento na vacinação, é um número bastante expressivo. Nós esperamos que no mês de dezembro isso também siga, com uma ampla vacinação para a gente não ter impacto na rede assistencial”, relatou Kelly Lima.

Variante

Uma nova variante da covid-19 foi detectada no Rio Grande do Norte. O Laboratório Central Dr. Almino Fernandes (Lacen/RN), referência estadual no diagnóstico da doença e de Vigilância Genômica, identificou a presença da BE.9 no estado. A variante é uma evolução da sublinhagem BA.5.3.1, ou seja, uma Ômicron da linhagem BA.5.

De acordo com dados da Fiocruz, as duas subvariantes (BQ.1 e BE.9) compartilham algumas das mesmas mutações e foram encontradas inicialmente no Amazonas.

“Como se trata de uma variante que possui mutações na proteína S, utilizada pelo vírus para invasão celular, e que está associada ao aumento do número de casos no Amazonas é necessário observarmos o cenário epidemiológico nas próximas semanas”, disse o diretor administrativo do Lacen/RN, o biomédico Derley Galvão.

No Rio Grande do Norte foram analisadas 36 amostras coletadas entre 3 e 18 de novembro de 2022 e identificadas sete linhagens, sendo duas amostras referentes à BE.9, oriundas dos municípios de São Bernardo do Campo/SP e Natal.

“Observar a partir da vigilância genômica a circulação de uma nova variante, que inclusive, foi observada em outros estados com aumento no número de casos e potência na transmissão da doença, nos faz ampliar as ações de vigilância. A vacinação das doses de reforço se faz urgente”, afirma a coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), Kelly Lima.

A pasta reforça o apelo à população para manter o esquema vacinal completo, bem como o uso de máscaras em lugares fechados e a higienização das mãos.

Ministério abre consulta sobre vacina da Pfizer

O Ministério da Saúde abriu nesta terça-feira (6), consulta pública sobre incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) da vacina da Pfizer para a imunização de crianças de 6 meses a menores de cinco anos contra a covid-19.

Segundo a pasta, as manifestações podem ser enviadas até o dia 15 de dezembro, pelo site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). “O período de contribuição terá duração de 10 dias devido à relevância do tema e qualquer pessoa pode participar. Essa etapa faz parte de todos os processos de incorporação analisados pela Comissão”, ressaltou a pasta em nota.

Atualmente, no caso da faixa etária entre 6 meses e menores de 3 anos, a vacina da Pfizer é recomendada para as crianças com comorbidades. A Conitec deu recomendação preliminar favorável à incorporação. Após a consulta pública, o tema volta para a Comissão para o parecer final.

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