Caso Porsche: PM ‘falhou’ em não fazer flagrante do motorista, diz Tarcísio

Porsche que bateu em Renault Sandero neste domingo (31)
Porsche que bateu em Renault Sandero neste domingo (31) — Foto: Rômulo D'Ávila/ TV Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (26) que a equipe de policiais militares “falhou” em não fazer o flagrante de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor da Porsche responsável pelo acidente que deixou um motorista de aplicativo morto e um homem ferido na capital paulista.

— Não falta etilômetro em São Paulo. Você, quando vai fazer a identificação da alcoolemia, também pode fazer por outras formas”, destacou Tarcísio acrescentando que a “equipe podia ter identificado o problema”.

— A equipe podia ter feito o flagrante e, neste ponto, a equipe falhou — completou.

A Polícia Civil conclui as investigações do caso do acidente que vitimou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana em uma avenida da Zona Leste de São Paulo. A batida ocorreu em 31 de março, quando um Porsche 911 Carrera GTS bateu na traseira de um Renault Sandero. Uma reconstituição do acidente foi feita nesta quinta-feira (25) pela Polícia Científica.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o 30°DP do Tatuapé finalizou as investigações do caso e fez novo pedido de prisão preventiva de Fernando Sastre Filho. Outros dois pedidos de prisão foram feitos anteriormente, mas foram negados pela Justiça.

Fernando pagou R$ 500 000 de fiança após o segundo pedido de prisão, quando o juiz fixou medidas cautelares e avaliou que a detenção não era necessária uma vez que o empresário se apresentou na delegacia após o acidente e não tem antecedentes criminais.

Na terça-feira (23) O Ministério Público tornou público um laudo sobre a velocidade do carro antes da batida. No documento, uma análise policial aponta que o veículo de luxo estava a mais de 150km/h.

A informação foi revelada após o MP fazer novos pedidos ao Judiciário sobre o caso, como a quebra de sigilo dos dados do cartão de crédito de Fernando. Nos textos, o MP incluiu o dado sobre a velocidade em que Fernando dirigia o Porsche.

Além disso, a Secretaria de Segurança Pública divulgou uma análise sobre a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência. Após a batida e a chegada da polícia ao local, Sastre foi liberado pela polícia sem a realização do exame de bafômetro. A mãe do rapaz, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, foi liberada sob o pretexto de levar o jovem para um hospital.

Em nota, a SSP informou que sindicância interna da Polícia Militar analisou as imagens das câmeras corporais dos agentes. A conclusão foi que houve uma falha de procedimento pelo fato de Fernando Sastre não ter sido submetido ao teste para determinar o nível de álcool no sangue.

Em manifestação dirigida ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que trabalha para “ampliar e aprimorar” o uso de câmeras em uniformes policiais, tema que tem sido objeto de polêmica desde o início da gestão. A administração estadual entregou ao ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, o seu cronograma para efetivar o uso de câmaras corporais pela polícia.

Essa manifestação ocorreu em resposta a um pedido da Defensoria Pública do Estado de São Paulo para que Barroso analisasse, pela segunda vez, a decisão da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que suspendeu a exigência do uso dessas câmeras em operações policiais no estado.

Num primeiro momento, Barroso negou o pedido sob o argumento de que o estado precisava de tempo para se organizar administrativa e financeiramente e implementar a medida. A Defensoria pediu para o ministro reconsiderar a decisão a partir de novos dados que mostram o aumento da violência policial na Baixada Santista.

Apesar de reconhecer a importância das câmeras em uniformes policiais, Barroso optou por rejeitar novamente o pedido da Defensoria. Ele argumentou que o governo de São Paulo se comprometeu voluntariamente a implementar a medida, não sendo necessário impor a instalação das câmeras por ordem judicial.

Fonte: O Globo

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