Caso Marielle: Rivaldo vetou assassinato próximo a Câmara de Vereadores, diz Lessa

O ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa na Superintendência da PF
O ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa na Superintendência da PF — Foto: Daniel Ramalho/AFP

Em sua delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-policial militar Ronnie Lessa disse que o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Junior vetou que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes não poderia ocorrer na saída da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

O fato de Rivaldo Barbosa de Araújo Junior, então diretor da divisão de homicídios da Polícia Civil do Rio, ter sido alçado ao posto de chefe da Polícia “fatalmente deu mais tranquilidade para os executores durante a empreitada criminosa”, aponta o relatório da Polícia Federal.

“Jamais em hipótese alguma poderia sair da Câmara de Vereadores, ou seja, ela (Marielle) sendo seguida da Câmara de Vereadores e morrer tendo saído da Câmara de Vereadores, teria que ser a partir do endereço que logo depois o Macalé trouxe, que seria o endereço da Rua do Bispo”, contou Ronnie Lessa, em trecho da delação tornado público neste domingo por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, mantinha relação de amizade próxima, desde o início dos anos 2000, com os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime.

Marielle e Anderson foram executados em 14 de março de 2018, após deixar a Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, no Centro do Rio. Ao passar pelo bairro Estácio, na região central da cidade, o carro em que os dois estavam foi alvo de tiros disparados por um veículo que emparelhou.

Segundo relato da delação premiada de Ronnie Lessa, o conselheiro do tribunal de contas do Rio Domingos Brazão teria dito a Macalé: “O Rivaldo é nosso”. E não só. Para os envolvidos no crime, com a atuação de Rivaldo, a DH (Divisão de Homicídios) “tava na mão”, “a Polícia Civil tava toda na mão”.

Ronnie Lessa está detido na penitenciária federal de Campo Grande (MS) e responde a dez ações penais — entre elas, é réu por dois duplos homicídios e tráfico de armas.

Fonte: O Globo

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