‘Capela Sistina dos Cristais’: conheça a caverna mexicana com algumas das maiores estruturas minerais do mundo

'Capela Sistina dos Cristais': pesquisadores encontram feixes do tamanho de árvores em caverna no México; veja fotos
'Capela Sistina dos Cristais': pesquisadores encontram feixes do tamanho de árvores em caverna no México; veja fotos — Foto: JAVIER TRUEBA / MSF / BIBLIOTECA DE FOTOS CIENTÍFICAS

A cerca de 300 metros de profundidade e conectada a uma mina de chumbo, zinco e prata, pesquisadores encontraram uma caverna repleta de cristais gigantes, em Naica, no México. Apelidada de “Capela Sistina dos Cristais”, o local abriga alguns dos maiores feixes do mundo, com tamanho semelhante ao de árvores.

Há dez anos, trabalhadores que atuavam em uma mina da região atingiram acidentalmente um aquífero enquanto perfuravam um túnel para ajudar na ventilação do local. Segundo a Live Science, quando entraram, descobriram essa câmara repleta de cristais branco-leitosos — o maior deles tem 11 metros de comprimento e 1 metro de largura.

Compostos de gesso selenito, esses cristais são formados por um mineral sulfato que ocorre a partir de sais dissolvidos nas águas subterrâneas. Ainda segundo a publicação científica, o material é “tão macio que você pode arranhá-lo com a unha”.

Desde que as operações ligadas à mineração tiveram início em 1974, várias cavernas de cristais foram encontradas. No entanto, essa é a maior delas, tem formato de ferradura, e 110 metros de diâmetro, além de volume de 6 mil metros cúbicos — ou seja, é mais que o dobro de uma piscina olímpica.

“É a Capela Sistina dos cristais”, disse Juan Manuel García-Ruiz, geólogo do Conselho Nacional de Pesquisa espanhol (CSIC) e da Universidade de Granada, na Espanha, que estudou a caverna, à National Geographic em 2007.

Os pesquisadores estimam que a caverna surgiu há 26 milhões de anos, a partir de uma falha geológica acima de um reservatório de magma, a cerca de cinco quilômetros de profundidade em Naica. Eles compreendem que a formação dos cristais foi propiciada pela água escaldante que entrou no local e formou depósitos que cristalizaram ao longo do tempo. Logo depois, a estabilidade da temperatura aos 58 °C possibilitou o crescimento dos cristais.

Apesar da beleza, o local apresenta alguns perigos para quem tem vontade de conhecê-lo. As temperaturas elevadas e a umidade a mais de 90% ocasionam níveis de transpiração que não criam um efeito refrescante ao corpo humano. A desidratação pode ser severa para quem permanecer no local sem equipamento de segurança por períodos maiores do que 10 minutos. Além disso, devido ao caráter escorregadio pela condensação local, a Caverna dos Cristais também apresenta riscos de quedas.

Fonte: O Globo

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