Campanha de Biden critica recusa de Trump em aceitar resultados da eleição presidencial de novembro: ‘sede de vingança’

Montagem do ex-presidente americano Donald Trump e do presidente Joe Biden
Montagem do ex-presidente americano Donald Trump e do presidente Joe Biden — Foto: Jim WATSON e Dominick Reuters / AFP

A campanha de reeleição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se manifestou nesta quinta-feira contra a recusa de Donald Trump de se comprometer a aceitar os resultados da eleição presidencial de novembro. O magnata, que enfrenta quatro processos criminais e é o virtual candidato republicano, conversou com o Milwaukee Journal Sentinel na véspera e voltou a repetir mentiras de que o pleito de 2020 foi roubado.

— O presidente Biden disse “Você não pode amar seu país apenas quando você ganha” — declarou o porta-voz da campanha, James Singer. — Mas para Donald Trump, sua campanha por vingança e retribuição reina suprema.

Em suas próprias palavras, ele está prometendo governar como um ditador no “primeiro dia”, usar as Forças Armadas contra o povo americano, punir aqueles que se opõem a ele, tolerar a violência praticada em seu nome e colocar sua própria busca pelo poder à frente do que é melhor para os Estados Unidos, acrescentou Singer.

— Trump é um perigo para a Constituição e uma ameaça à nossa democracia. O povo americano lhe dará outra derrota eleitoral em novembro porque continua a rejeitar seu extremismo, sua afeição pela violência e sua sede de vingança — concluiu.

Na quarta-feira, Trump disse ao Milwaukee Journal Sentinel que não se comprometeria a aceitar os resultados da eleição de 2024, ao repetir novamente suas mentiras de que a eleição de 2020 teve os resultados alterados a favor de Biden.

— Se as informações forem honestas, aceitarei os resultados com prazer. É algo incontestável — disse o republicano, de acordo com o Journal Sentinel. — Se não forem, você tem que lutar pelo direito do país.

Em uma entrevista à revista Time publicada na terça-feira, ele também descartou perguntas sobre violência política em novembro, sugerindo que sua vitória era inevitável. Quando pressionado sobre o que poderia acontecer se ele perdesse, afirmou: “se não ganharmos, você sabe, depende. Sempre depende da imparcialidade de uma eleição”.

As alegações insistentes e fraudulentas de Trump de que a eleição de 2020 foi injusta foram o cerne de seus esforços para anular sua derrota para Biden e para a violenta invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, por uma multidão de apoiadores que acreditaram em suas alegações. O magnata agora enfrenta dezenas de acusações criminais relacionadas a esses eventos.

Ao fazer campanha nos estados em disputa este ano, Trump tentou repetidamente semear dúvidas sobre a integridade da eleição de novembro, ao mesmo tempo em que repetiu muitas das mesmas mentiras que usou para atacar a integridade da eleição de 2020. Meses antes de qualquer votação, Trump tem feito regularmente a alegação infundada de que os democratas provavelmente trapacearão para vencer.

— Os democratas fraudaram a eleição presidencial em 2020, mas não vamos permitir que eles fraudem a eleição presidencial, o dia mais importante de nossas vidas, em 2024 — disse Trump em um comício em Freeland, Michigan.

A campanha de Trump não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários feitos pelo New York Times.

Trump vem promovendo há anos a mentira de que venceu em Wisconsin em 2020, e o fez novamente na entrevista ao Journal Sentinel. Mesmo depois de 6 de janeiro de 2021, e anos depois de sua saída do cargo, ele pressionou repetidamente o presidente da Assembleia, Robin Vos, o principal republicano do Legislativo estadual, para ajudar a anular sua derrota no estado e para destituir o chefe de eleições apartidário do estado.

Mais de 1.250 pessoas foram acusadas de crimes relacionados ao ataque de 6 de janeiro — e centenas foram condenadas. Trump disse em uma entrevista recente que “absolutamente” consideraria perdoar todas as pessoas condenadas por acusações relacionadas à invasão do Capitólio. Um relatório bipartidário do Senado constatou que pelo menos sete pessoas morreram em decorrência desse ataque.

Na quarta-feira, Trump disse no comício em Freeland que sua campanha e os partidos republicanos nacionais e estaduais montariam “uma equipe dos advogados e outros profissionais mais altamente qualificados do país para garantir que o que aconteceu em 2020 nunca mais aconteça”.

— Vou garantir nossas eleições porque vocês sabem o que aconteceu em 2020 — declarou o republicano em um comício em Waukesha, Wisconsin, na quarta-feira.

Trump perdeu Wisconsin por mais de 20 mil votos. (Com The New York Times)

Fonte: O Globo

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