Câmera de Energia Escura captura imagem de ‘Mão de Deus’ espacial na Via Láctea; entenda

'Mão de Deus' foi capturada por equipamento especial de telescópio posicionado no Chile
'Mão de Deus' foi capturada por equipamento especial de telescópio posicionado no Chile — Foto: Divulgação/NOIRLab

Um telescópio posicionado no Vale do Elqui, no Chile, capturou imagens de um glóbulo cometário que se assemelha a uma “mão fantasmagórica” na Nebulosa de Gum, segundo anunciado nesta segunda-feira pelo NOIRLab, centro de pesquisas responsável pelo Observatório de Cerro Tolo. A estrutura, que tem o nome oficial de CG 4, foi batizada de “Mão de Deus” pelos cientistas.

“Os glóbulos cometários são uma subclasse das nebulosas escuras conhecidas como glóbulos de Bok – nuvens isoladas de gás cósmico denso e poeira cercadas por material quente e ionizado”, explicou o centro por meio de nota. Eles recebem esse nome por conta do formato alongado, que lembra uma cauda semelhante as dos cometas.

Glóbulos cometários foram observados por toda a Via Láctea, mas a maioria deles, cerca de 31, se concentram na Nebulosa de Gum. “Acredita-se que sejam os restos em expansão de uma supernova que ocorreu há cerca de um milhão de anos”, explica o NOIRLab. O CG 4 está distante 1.300 anos luz da Terra.

Na imagem divulgada pelo centro, a “Mão de Deus” parece ter como alvo a galáxia espiral ESO 257-19. No entanto, segundo os cientistas, as duas estruturas estão distantes cerca de 100 milhões de anos-luz.

A foto foi capturada pela Câmera de Energia Escura do telescópio Víctor Blanco. A cauda do glóbulo cometário, por ser envolta em poeira estrelar escura, bloqueia a passagem da luz, o que dificulta a visualização da estrutura por equipamentos convencionais.

Mas os filtros especiais da Câmera de Energia Escura são capazes de captar “o fraco brilho vermelho do hidrogénio ionizado presente na cabeça do CG 4 e em torno da sua borda externa”, segundo o NOIRLab. Esse brilho, por sua vez, é produzido quando o hidrogênio é bombardeado pela radiação de estrelas quentes e massivas próximas.

Fonte: O Globo

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