As autoridades de Kansas City, no estado americano de Missouri, mantém dois adolescentes sob custódia depois de um tiroteio durante a celebração do título do Super Bowl do Kansas City Chiefs. A DJ Lisa Lopez-Galván morreu após ser atingida na troca de tiros e outras 22 pessoas ficaram feridas.
Stacey Graves, chefe de polícia da cidade, disse que as vítimas tinham idades entre 8 e 47 anos. Pelo menos metade dos feridos tinha menos de 16 anos. As autoridades afirmaram que, inicialmente, deteve três jovens, mas libertou um deles depois de determinar que a pessoa não estava envolvida. Uma porta-voz da polícia, Alayna Gonzalez, disse que os investigadores estavam trabalhando com os promotores do tribunal juvenil para “determinar as acusações aplicáveis” contra os dois adolescentes.
A chefe da polícia disse que não havia indicação de que os atiradores fossem motivados por terrorismo ou extremismo, afirmando, em vez disso, que o tiroteio mortal parecia ter resultado de algum tipo de conflito entre várias pessoas.
— Estou com raiva do que aconteceu ontem em nossa cidade — ressaltou Graves.
Milhares de pessoas celebravam o título do Super Bowl, nesta quarta-feira, quando começou o tiroteio.
De acordo com o DailyMail, Lisa Lopez-Galván estava na celebração com o marido Mike e o filho Marc, que também foi baleado. Além dos dois parentes, a DJ deixou também uma filha, Adriana.
Conhecida na comunidade como Lisa G, ela atuava como DJ numa estação de rádio comunitária, a KKKFI. Ela era apresentadora do programa Taste of Tejano, que tocava música hispânica, ao lado de seu irmão Beto Lopez. Amigos ressaltaram que a DJ era muito conhecida na localidade e “fazia os casamentos de todo mundo”.
Em comunicado, a rádio KKKFI confirmou “com sincera tristeza e coração extremamento pesado” que Lisa morreu. A emissora lamentou o ataque a tiros durante a celebração.
“Este ato sem sentido tirou uma pessoa bonita de sua família e desta comunidade de KC”, afirmou a rádio, em referência à cidade de Kansas City.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que torcedores do Kansas City Chiefs perseguem e imobilizam um homem suspeito de abrir fogo contra a multidão que celebrava o título do Super Bowl.
Um vídeo mostra torcedores correndo atrás de um jovem, até que ele é derrubado no chão. Uma segunda gravação, registrada pela torcedora Alyssa Marsh-Contreras, exibe o momento em que policiais se juntaram aos civis para deter o suspeito.
— Quando o abordamos, a arma saiu [da posse do homem] — diz um dos homens que aparecem na gravação, enquanto agentes levam o homem sob custódia. — Eu peguei a arma — grita outro homem.
Laura Kelly, governadora do Kansas, estava no desfile e teve que fugir às pressas da área. Ela está “fora de perigo”, disse em uma postagem nas redes sociais.
O prefeito da cidade, Quinton Lucas, que compareceu ao desfile com a mãe e esposa, disse estar “tão inconsolável quanto qualquer um”.
— É absolutamente uma tragédia, do tipo que nunca teríamos esperado em Kansas City, e do tipo que nos lembraremos por algum tempo — disse Lucas em coletiva de imprensa. — Não quero que em nosso país, para cada grande evento, tenhamos que pensar na preocupação de levar um tiro.
O tradicional desfile da vitória percorria um trajeto de 3 quilômetros até a estação ferroviária Union Station, onde ocorreram os disparos. Torcedores fugiram às pressas do local, enquanto a polícia trabalhava para esvaziar a estação.
Segundo a rede americana ABC, esperava-se cerca de 1 milhão de participantes no desfile, além de 600 agentes de segurança.
O ataque a tiros em Kansas City foi o 48º nos EUA neste ano, conforme o Gun Violence Archive. No Missouri, houve pelo menos 154 ataques a tiros desde 2013, excluindo o desta quarta-feira, segundo análise da CNN.
Fonte: O Globo