Brasil tem queda de 16% em óbitos, mas crianças estão morrendo 27% mais, sobretudo por problemas respiratórios, mostra IBGE

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Imagem ilustrativa — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O GLOBO

A Pesquisa de Estatísticas do Registro Civil, do IBGE, destaca, entre outros temas, dados sobre os óbitos registrados em todo o país entre 2022 e o primeiro trimestre de 2023. De acordo com o levantamento, as mortes caíram em 15,8% em relação a 2021, quando a pandemia da Covid-19 ainda estava no ápice, mas, apesar da primeira queda no índice pelo menos desde 2010, o número ainda é considerado alto pelos especialistas. Ao todo, houve registro de 1.504.763 mortes ocorridas em 2022 — contra 1.504.763 no ano anterior.

A pesquisa fala sobre os óbitos registrados em todo o país entre 2022 e o primeiro trimestre de 2023. De acordo com o levantamento, as mortes caíram em 15,8% em relação a 2021, quando a pandemia da Covid-19 ainda estava no ápice, mas, apesar da primeira queda no índice pelo menos desde 2010, o número ainda é considerado alto pelos especialistas. Ao todo, houve registro de 1.504.763 mortes ocorridas em 2022 — contra 1.504.763 no ano anterior.

A maioria das mortes (90,7%) se deu por causas naturais, mas os pesquisadores atentam para a possibilidade de subnotificação de óbitos por causas consideradas externas — como violência urbana ou acidentes, por exemplo —, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia, onde eles afirmam que houve grande dificuldade para obter informações especificadas. No geral, a maioria dos óbitos são de homens (uma proporção de 121 óbitos masculinos para 100 femininos), mas no recorte a partir dos 80 anos, as mulheres morrem mais (100 óbitos para cada 63 masculinos). O maior contraste entre os sexos ocorre na faixa etária entre 20 a 24 anos, em que os homens morrem cerca de quatro vezes mais que as mulheres: proporção de 401 mortes masculinas para 100 femininas.

Chama atenção dos pesquisadores no levantamento o aumento nas mortes de crianças de 0 a 14 anos, únicas faixas etárias na contramão da queda no número de óbitos. Entre meninos e meninas de 1 a 4 anos, houve um aumento expressivo de 27,7% nas mortes; de 5 a 9 anos, o crescimento foi de 19,3%. A pesquisadora revela que, com base em informações do Ministério da Saúde, grande parte desses óbitos se deu por conta de doenças respiratórias. No entanto, surpreende essa alta logo no período posterior ao pior momento da pandemia.

— Chamou muito a atenção da gente, apesar de os números de forma absoluta não serem tão grandes assim em relação às outras idades, mas de fato houve um movimento na contramão dos outros grupos. É um bom material para que médicos e cientistas da área possam fazer estudos voltados para isso — comenta Klivia Brayner de Oliveira, gerente da pesquisa Estatísticas do Registro Civil. — O único lugar onde não houve aumento de óbitos infantis foi o Rio Grande do Sul. Temos um convênio com uma base de dados do Ministério da Saúde que nos permitiu verificar que muitos desses óbitos estão relacionados a doenças respiratórias.

O estudo, destacam os pesquisadores, serve como um importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional brasileira, possível parâmetro para estratégias de implementação de políticas públicas e, também, como um retrato aprofundado das mudanças nos aspectos sociais ao longo dos anos. São levantadas informações sobre nascimentos, casamentos civis, divórcios e mortes.

Fonte: O Globo

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