Boulos promete secretariado com 50% de mulheres, se for eleito em SP

Guilherme Boulos e Marta Suplicy, pré-candidatos à prefeitura de São Paulo
Guilherme Boulos e Marta Suplicy, pré-candidatos à prefeitura de São Paulo — Foto: Divulgação

O pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, anunciou nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, que, se for eleito, terá um secretariado com paridade de gênero, composto metade por mulheres e metade por homens.

— Se nós ganharmos as eleições de São Paulo, ao menos 50% das secretarias serão dirigidas por mulheres. Hoje, temos apenas um terço das secretarias de São Paulo dirigidas por mulheres — disse Boulos, acrescentando que o compromisso foi uma “iniciativa” de Marta Suplicy, sua companheira de chapa.

Ao responder sobre a baixa presença de mulheres no primeiro escalão do governo Lula e a indicação de dois homens para o Supremo Tribunal Federal (STF), Boulos justificou que é um cenário “totalmente diferente” e que o aliado “não assumiu” o mesmo compromisso que ele na campanha.

— Presidente Lula não assumiu esse compromisso porque, legitimamente, avaliou que não conseguiria cumprir— declarou Boulos, acrescentando que as condições para governabilidade em uma cidade como São Paulo e o nível de concessão para a montagem do secretariado são muito diferentes do cenário nacional.

Boulos não apresentou um percentual mínimo de cadeiras para pessoas negras em seu secretariado, mas disse que está construindo um programa antirracista junto com o movimento negro e lideranças negras da cidade.

— Não tenho como antecipar de que maneira esse recorte (racial) vai se dar, mas haverá esse recorte e uma preocupação profunda com representação racial, negra, não só na nossa campanha como no nosso governo — afirmou o líder sem-teto.

Nesta manhã, Boulos promoveu um café da manhã com apoiadoras no Clube Homs, na Avenida Paulista. Entre os presentes estavam a secretária de Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, que chegou a ser cotada para vice, o vereador Eduardo Suplicy e o deputado federal Rui Falcão, um dos articuladores da chapa Marta e Boulos.

A ex-prefeita Luiza Erundina não compareceu, segundo Boulos, por motivos de saúde. Ela também não esteve na filiação de Marta Suplicy, a quem já chamou de “traidora do povo”. O pré-candidato do PSOL disse que “não há nenhum problema” entre as duas.

Durante entrevista a jornalistas, Boulos atacou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem chamou de “bolsonarista envergonhado”, e criticou o emedebista por subir no palanque do ex-presidente na manifestação do último dia 25.

— Quando o prefeito da maior cidade do país sobe no palanque com quem defende a tortura, com quem foi contra vacina, não é só declaração ideológica, tem efeito prático. Fico me perguntando se o Bruno Covas tivesse se aliado ao Bolsonaro como teria sido a vacinação na cidade de São Paulo durante a pandemia— afirmou.

O psolista também se defendeu das críticas da deputada federal Tabata Amaral (PSB) por ter a excluído de uma publicação sobre o resultado de uma pesquisa eleitoral. O líder sem-teto justificou a postagem foi uma comparação com as candidaturas bolsonaristas. Uma primeira versão, que foi apagada pela equipe de Boulos, sugeria uma comparação com todos os adversários. Boulos acrescentou que “respeita” Tabata e que não vai entrar em “bate-boca” de internet.

— É uma grande parlamentar da bancada da Educação. A pré-candidatura da Tabata contribui para a qualificação do processo eleitoral aqui em São Paulo— disse ele. — Não vou ficar entrando em bate-boca de internet. A justiça eleitoral tomou uma decisão, eu cumpro ordem judicial. Foi retirada a minha postagem e meu respeito pela Tabata continua o mesmo.

Ao comentar as ameaças que tem sofrido pela internet, e que o levaram a trocar o famoso Celta por um carro blindado, Boulos contou que os responsáveis foram identificados e serão convocados pela Polícia Federal. Ele mencionou que uma das pessoas envolvidas é integrante das forças policiais em São Paulo.

— Estou tomando as precauções de segurança devidas, já utilizando carro blindado e com uma equipe de segurança mais robusta — disse ele. —A turma da extrema direita no Brasil não tem limite. Vimos o que aconteceu com Marielle Franco em 2018. Sabemos do aumento do índice de violência política no Brasil, vimos o clima de animosidade em 2022, não vamos pagar para ver. Vamos tomar as medidas devidas e confiar que a PF faça as investigações.

Fonte: O Globo

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