‘Bolha de calor’: saiba como proteger seu pet das altas temperaturas

O cão Sol, da raça Golden Retriever se refresca com banho de mangueira.
O cão Sol, da raça Golden Retriever se refresca com banho de mangueira. — Foto: Paulo Moreira / Agência O Globo

Nos últimos dias do verão, que se encerra em 20 de março, alguns estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país devem passar por uma onda de temperaturas intensas, chamada pelos especialistas de “bolha de calor”. Com isso, é importante que tutores de pets se atentem para como refrescar os animais e evitar riscos que vão desde indisposição e desidratação até casos mais graves como hipertermia.

Respiração ofegante, com muita saliva e pele muito quente são alguns dos principais sinais de alerta para os quais os tutores devem se atentar. Cansaço, fraqueza, indisposição, tremores, inquietação e falta de apetite também são sintomas que podem aparecer e devem ser evitados.

O ventilador pode ser uma boa opção para refrescar cães e gatos, porém nem todos os animais se familiarizam bem com o aparelho, casos em que é melhor não insistir. O ideal é que o vento não fique voltado direto para o pet, e sim para um local mais alto ou no modo giratório. O ar-condicionado costuma agradar os bichinhos, mas é importante que eles possam sair do ambiente de vez em quando.

— Para cães que vivem do lado de fora da casa, garanta que ele tenha espaço fresco, ventilado e com sombra — explicou Halina Medina, medica veterinária fundadora do portal Tudo Sobre Cachorros.

Para evitar a desidratação, o ideal é que o tutor distribua diversos potes de água pela casa, facilitando o acesso do animal.

Também é importante trocar a água de duas a três vezes por dia para ter um líquido mais fresco e frio, além de estimular brincadeiras com água, como colocar pedras de gelo em uma tigela.

Há também opções de tapetes gelados ou até mesmo umedecer toalhas e colocar em locais que o animal goste de deitar.

Outra forma de fazer com que o animal possa ingerir mais água é congelar a ração (sólida ou sachês de ração úmida) ou mesmo o suco de frutas que os pets possam consumir, como se fosse um sorvete ou picolé.

Também é uma boa ideia oferecer sachês com um pouco mais de água, formando uma espécie de sopa.

Caminhar no asfalto ou terra quente pode ser um tanto prejudicial para as patas dos pets, que podem até ficar com queimaduras. A saída que muitos tutores encontram é colocar sapatinhos nos animais, porém a veterinária explica que isso também pode ser negativo.

— Não use sapatinhos no cachorro, pois eles aumentam a temperatura corporal do cão e ele pode ter uma hipertermia por conta do calor — alertou Medina.

Por isso, o ideal é se atentar aos horários de passeio, que devem ser preferencialmente antes das 9h e depois das 17h. A especialista indica que o próprio responsável coloque a palma da mão no chão: se o calor for suportável, é um bom indicativo de que o cachorro também suportará a temperatura.

Pets com mais idade ou que já possuam doenças cardíacas ou respiratórias demandam mais cuidado nos momentos de altas temperaturas. De acordo com a veterinária Beatriz Queiroz Muniz, a raça e a cor do pet também pode ser um fator que o deixa mais sensível ao calor.

— Cachorros e gatos chamados “braquicéfalicos” (pug, bulldog, shih-tzus e persas), ou seja, que apresentam uma cabeça mais achatada e o focinho mais encurtado, correm maior risco com as altas temperaturas em razão de suas características físicas que prejudicam suas vias respiratórias e não conseguem fazer uma boa termorregulação. Cachorros e gatos brancos também não podem ficar expostos ao sol por longos períodos, pois podem desenvolver câncer de pele com maior facilidade — explica a veterinária.

Pets não convencionais, como pássaros, hamsters e porcos-da-índia também merecem atenção. Se eles ficam em gaiolas, o tutor deve tirá-las da luz direta do sol, além de sempre trocar a água, garantindo que esteja gelada.

O portal meteorológico MetSul alerta que parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que antes sofriam com uma onda de calor, agora terão que lidar com uma “bolha de calor” nos últimos dias do verão de 2024, que se encerra em 20 de março. O fenômeno pode elevar as temperaturas para 45 °C. Apesar disso, há previsão de chuvas intensas em partes do Nordeste e Norte do país, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, parte de Goiás, parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, segundo o MetSul, serão impactados pela bolha. Já de acordo com o alerta do Inmet, o calor intensivo deve ficar restrito ao Sul do país, além de MS e SP.

Segundo o MetSul, devido à “bolha de calor”, as temperaturas podem chegar até 10 °C acima do normal em algumas regiões. O fenômeno ocorre em áreas de alta pressão quando uma cúpula de calor é criada e permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, segurando o ar quente embaixo.

Fonte: O Globo

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