Bielorrússia inspeciona lançadores de armas nucleares táticas após anúncio de exercício nuclear russo

Alexander Lukashenko fala com autoridades militares do país em Minsk.
Alexander Lukashenko fala com autoridades militares do país em Minsk. — Foto: Belarusian Presidential Press Service/AFP

O Ministério da Defesa da Bielorrússia anunciou, nesta terça-feira, que iniciou um exercício para inspecionar o grau de preparação de seus lançadores de armas nucleares táticas. A inspeção foi ordenada pelo presidente do país, Alexander Lukashenko, após o anúncio da Rússia sobre exercícios nucleares perto da fronteira com a Ucrânia.

“Em cumprimento de uma ordem do presidente de Belarus, está sendo realizada uma inspeção aos lançadores de armas nucleares não estratégicas”, indicou a Defesa bielorrussa, em um comunicado nesta terça-feira.

Em 2023, Moscou anunciou que enviaria armas nucleares táticas para a Bielorrússia. A ex-república soviética é um aliado russo na região, de onde o país enviou parte de suas tropas durante a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Armas nucleares não estratégicas, também conhecidas como armas nucleares táticas, são projetadas para uso no campo de batalha e podem ser lançadas por meio de mísseis. Elas são menos devastadoras do que as armas nucleares estratégicas, utilizadas para destruir cidades inteiras, mas continuam a ser massivamente destrutivas e nunca foram utilizadas em combate.

A inspeção testará o “planejamento, preparação e uso de ataques com ogivas nucleares táticas” e envolverá um esquadrão de aeronaves Su-25, acrescentou o ministério bielorrusso.

Misnk não possui armas nucleares próprias, mas no ano passado concordou em hospedar ogivas táticas russas no seu território, em um contexto de crescentes tensões sobre a Ucrânia.

Vladimir Putin elevou a sua retórica nuclear desde o início do conflito na Ucrânia, alertando no seu discurso à nação em fevereiro que havia um risco “real” de guerra nuclear. No ano passado, a Rússia abandonou o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) e retirou-se de um importante acordo de redução de armas com os Estados Unidos.

Fonte: O Globo

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