Ataque a tiros deixa ao menos seis mortos em duas cidades na Rússia; polícia investiga ação terrorista

Pelo menos seis policiais e um padre foram mortos em ataques em duas cidades da república do Daguestão, no sul da Rússia, depois que homens armados abriram fogo neste domingo em uma sinagoga, pelo menos duas igrejas e um posto policial, informou o Ministério do Interior local.

Uma dúzia de policiais ficaram feridos nos ataques aparentemente coordenados, informaram as agências de notícias estatais russas, citando autoridades policiais locais. Os tiroteios ocorreram na capital do Daguestão, Makhachkala, e em Derbent, uma cidade na fronteira com o Azerbaijão.

Até a noite de domingo, não estava claro como o número total de vítimas se dividia entre as duas cidades. As agências de notícias estatais russas publicaram vídeos da sinagoga de Derbent em chamas. Em um comunicado, a polícia local disse que a sinagoga e a igreja haviam sido “incendiadas”.

Em Makhachkala, uma cidade extensa no Mar Cáspio, homens armados abriram fogo em uma rua que também abriga uma sinagoga local. De acordo com vídeos publicados pelo Ministério do Interior do Daguestão, homens armados estavam à solta na cidade, atirando e forçando as pessoas a saírem de seus carros.

O Comitê Investigativo Russo disse que havia aberto uma investigação de terrorismo sobre os ataques.

Pelo menos quatro dos homens armados foram mortos por policiais, segundo a polícia local. Como alguns dos homens armados ainda estão foragidos, a polícia disse que bloqueou as entradas de Makhachkala. O número de agressores e suas identidades ainda não foram divulgados.

O Daguestão é uma república predominantemente muçulmana, que também abriga uma população judaica, e tem enfrentado um nível elevado de violência há pelo menos três décadas. Mas as tensões étnicas e religiosas na república pioraram desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em outubro.

Em outubro, uma multidão enfurecida invadiu um aeroporto em Makhachkala à procura de passageiros judeus em um voo de Israel. O ataque chocou os judeus na Rússia e atraiu a condenação do governo israelense.

Sergei Melikov, o chefe do Daguestão, disse em um comunicado que os ataques de domingo pareciam ter como objetivo “desestabilizar a situação pública”.

Os tiroteios ocorreram apenas alguns meses depois que quatro terroristas atacaram uma grande sala de concertos nos arredores de Moscou, matando 145 pessoas em um tiroteio e incêndio. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque; as autoridades americanas o atribuíram ao ISIS-K, um ramo do grupo.

Fonte: O Globo

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