Após STF descriminalizar porte de maconha para consumo pessoal, Lewandowski diz que combate ao tráfico não se faz apenas com ‘força bruta’

Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça na Comissão de Segurança Pública da Câmara.
Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça na Comissão de Segurança Pública da Câmara. — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo.

Um dia depois do Supremo Tribunal Federal descriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira que o foco da sua gestão será combater o tráfico de drogas com educação e políticas públicas e não apenas com a “força bruta”.

— Combate às drogas não se faz apenas com força bruta, mas sobretudo com educação e políticas públicas — disse Lewandowski durante o lançamento de três programas voltados a dar incentivos a estados e municípios e de levantar dados sobre novas drogas em circulação no país. As falas ocorreram durante seminário realizado no Ministério da Justiça para marcar a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas.

Lewandowski ressaltou a necessidade de evitar o “aliciamento” dos jovens pelas facções criminosas. — Para isso vamos apoiar a capacitação e suporte técnico aos profissionais da educação em todo o país — acrescentou ele.

O ministro da Justiça também informou que o tráfico de drogas está ligado à destruição do meio ambiente na Amazônia. Segundo ele, os Estados onde registraram redução de desmatamento também tiveram maior apreensão de drogas.

— A questão das drogas está intimamente relacionada ao desmatamento ilegal — disse Lewandowski.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também participou do evento. Ele declarou que “o maior problema da violência no Brasil é o tráfico de drogas”. — E para ter a droga é preciso ter o tráficante e o usuário. Precisamos trabalhar fortemente em duas frentes: no combate ao tráfico e na prevenção — afirmou ele.

O julgamento sobre a descriminalização vinha sendo debatido no Supremo há nove anos e ontem formou maioria (8 a 3) para o entendimento de que o porte de maconha para uso pessoal é um ato ilegal, mas não de natureza penal. Antes de ser ministro da Justiça, Lewandowski foi ministro do STF, o qual presidiu entre 2014 e 2016.

Nesta quarta-feira, o Supremo irá deliberar sobre critérios objetivos para diferenciar o usuário do traficante – o que não é definido na Lei de Drogas.

Fonte: O Globo

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