Após recuperação de corpo de brasileiro, veja quem são os reféns que permanecem sequestrados em Gaza

Parentes e outros manifestantes levantam cartazes com retratos de israelenses mantidos reféns em Gaza desde os ataques de 7 de outubro realizados pelo Hamas durante uma manifestação em Tel Aviv.
Parentes e outros manifestantes levantam cartazes com retratos de israelenses mantidos reféns em Gaza desde os ataques de 7 de outubro realizados pelo Hamas durante uma manifestação em Tel Aviv. — Foto: AHMAD GHARABLI / AFP

Mais de sete meses após o ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel, no qual morreram 1.170 pessoas e mais de 250 foram sequestradas, 121 reféns continuam cativos em Gaza, segundo cifras compiladas pela AFP.

Do total de sequestrados, 112 foram libertados com vida e 19 cadáveres foram repatriados. Das pessoas que ainda estão cativas em Gaza, 84 continuam vivas e as autoridades israelenses suspeitam que 37 estão mortas.

As autoridades israelenses não revelaram os nomes dos reféns que ainda estão cativos, mas a AFP os identificou, principalmente graças à sua rede de jornalistas, em contato regular com as famílias dos reféns, e à imprensa israelense.

As seguintes cifras baseiam-se nos dados compilados pela AFP.

Até agora, das 252 pessoas que foram sequestradas, algumas das quais já estavam mortas quando foram levadas ao território palestino, 121 continuam retidas pelo Hamas e seus aliados, segundo as últimas cifras das autoridades israelenses, e 112 foram libertadas com vida.

Os reféns libertados são 33 menores, 49 mulheres e 30 homens, em sua maioria agricultores tailandeses.

A maioria foi liberta em novembro durante uma trégua de uma semana na guerra entre Israel e Hamas, desencadeada após o ataque de 7 de outubro, em troca de prisioneiros palestinos encarcerados em prisões israelenses.

Israel repatriou ainda os corpos de 19 reféns mortos, incluindo o franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 32 anos, o israelo-brasileiro Michel Nisembaum, de 59, e três que morreram pelas mãos de Israel, quando o exército os confundiu com combatentes do Hamas.

Também foi recuperado o corpo de Shani Louk, de 22 anos e com dupla nacionalidade israelense e alemã, vista em um vídeo gravado em 7 de outubro deitada de bruços na parte traseira de um veículo cheio de homens armados.

Restam 84 reféns que poderiam estar vivos em Gaza: 77 israelenses — alguns dos quais têm mais de uma nacionalidade –, seis tailandeses e um nepalês.

Além disso, os corpos de 37 reféns, incluindo 25 que morreram nos ataques e cujos corpos foram levados para a Faixa de Gaza, permanecem retidos.

O Hamas anunciou algumas vezes as mortes de reféns não confirmadas por Israel, incluindo a do bebê Kfir Bibas, que tinha nove meses quando foi sequestrado no kibutz Nir Oz junto com sua mãe Shiri, de 32 anos, e seu irmão de quatro anos Ariel.

Ou mais recentemente, a do israelo-britânico Nadav Popplewell, de 51 anos.

Kfir Bibas é o refém mais jovem que permanece cativo e se tornou um símbolo da situação dos reféns em Israel.

O Hamas afirmou que os três — o bebê, sua mãe e seu irmão — morreram em um bombardeio israelense em Gaza. Israel ainda deve confirmar se estão vivos. O marido de Shiri e pai das crianças, Yarden Bibas, de 34 anos, também foi sequestrado.

Os pais de Shiri, Yossi e Margit Silberman, provenientes da Argentina e do Peru, morreram carbonizados pelo incêndio de sua casa em Nir Oz. Além de Kfir e Ariel, não há mais reféns menores em Gaza.

Incluindo Shiri Bibas, cuja situação é incerta, treze mulheres, de entre 18 e 39 anos, acredita-se que estejam vivas e retidas pelos militantes islamistas.

Entre elas, cinco mulheres de entre 18 e 19 anos, que estavam cumprindo o serviço militar quando foram sequestradas, e que foram excluídas da troca por prisioneiros durante a trégua de novembro por serem soldados.

Na quarta-feira, o Fórum de Famílias de Reféns publicou um vídeo de três minutos em que se vê as cinco soldados sendo sequestradas em 7 de outubro.

A elas se somam 6 militares homens de entre 18 e 22 anos, que cumpriam seu serviço militar no momento do ataque.

Além disso, há 71 homens retidos que estariam vivos.

Vários reféns homens foram sequestrados junto com membros de suas famílias, alguns deles com seus filhos, que foram libertados depois durante a trégua de novembro.

Entre os reféns vivos que continuam cativos em Gaza, pelo menos 26 foram sequestrados durante o ataque do Hamas no festival de música Nova, no qual participavam mais de 3.000 pessoas.

Dessas, apenas cinco foram libertadas com vida em novembro.

Além dos reféns, uma pessoa continua desaparecida, segundo as autoridades.

Fonte: O Globo

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