Após pico da pandemia, mortes de brasileiros caíram 15,8% em 2022

Enterro de vítima da covid-19 no cemitério Campo da Esperança
Enterro de vítima da covid-19 no cemitério Campo da Esperança, em Brasília; 2021 registrou 1,78 milhão de óbitos e marcou pico da série histórica

O Brasil registrou 1,5 milhão de mortes em 2022, uma redução de 15,8% em relação ao ano anterior quando o país teve 1,78 milhão de óbitos. Os dados constam no relatório Estatísticas do Registro Civil 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta 4ª feira (27.mar.2024). Eis a íntegra do levantamento (PDF  2 MB).

A queda vem depois de 2021 registrar um pico de óbitos durante a pandemia de covid-19 e atingir o ápice da série histórica, iniciada em 1974. Mesmo assim, o valor para 2022 ainda está acima do identificado em 2019, último ano pré-pandemia. Na época, o país teve 1,31 milhão de mortes, 14,2% a menos do que o constatado em 2022.

Eis o registro de óbitos:

Na comparação entre os meses, janeiro de 2022 foi o único que apresentou aumento de mortes com relação ao mesmo período em 2021, com 161.189 mortes, ou 10,7% de mortes a mais. O número reflete a chegada da 3ª onda da covid no começo de 2022, com a expansão da variante ômicron. Julho aparece como o 2º mês com o maior número de óbitos: foram 134.334 registros.

“Apesar da redução das mortes por covid-19 em um contexto de aumento da cobertura da população vacinada, o vírus seguia bastante letal ainda no 1º semestre do ano de 2022”, diz o relatório.

Em abril de 2021, o país observou o maior pico da doença, com 21.141 óbitos registrados em um único dia. Com a chegada e distribuição das vacinas pelo país, o número de mortes começou a reduzir, mas chegou a atingir um novo pico em fevereiro de 2022 em decorrência da ômicron. Só no dia 12 do mês, por exemplo, foram 6.246 mortes.

A nível internacional, a OMS (Organização Mundial da Saúde) só declarou o fim da pandemia no ano seguinte, em maio de 2023.

Conforme o IBGE, todas as grandes regiões do país tiveram redução de mortes em 2022. As maiores quedas foram no Centro-Oeste (-21,7%) e no Norte (-21,1%). No Sudeste e no Sul, foram 17,4% e 15,6% a menos, respectivamente. No Nordeste, a taxa caiu 9,3%.

Entre as faixas etárias, porém, o país observou um aumento de 7,8% das mortes de pessoas com menos de 15 anos de idade. Foram 40.195 óbitos no grupo em questão. Em 2021, o número era de 37.200.

“Os óbitos cujas causas foram doenças respiratórias como gripe, pneumonia, bronquiolite, asma e outras corresponderam a mais de 60% da diferença do total no número de óbitos nessa faixa etária entre 2021 e 2022. Considerando que a vacinação de crianças e adolescentes brasileiros se deu mais tarde do que a vacinação dos adultos, e que, portanto, eles demoraram mais a completar o esquema vacinal, é possível que a covid-19 tenha contribuído fortemente para esse quadro”, diz o IBGE em comunicado sobre a pesquisa.

Para aqueles de 40 a 49 anos, houve uma redução de 30,1% no número de falecimentos. Já entre os de 50 a 59 anos, a queda foi de 30,5%. Os 2 grupos apresentaram a maior baixa entre as faixas etárias avaliadas. Os idosos com mais de 80 anos representaram 32,2% dos registros em 2022, o equivalente a 483.033 mortes. São, assim, o grupo com maior número de óbitos da população.

Por gênero, os homens apresentam tradicionalmente taxas maiores do que as mulheres. São 120,8 óbitos masculinos a cada 100 femininos. Ao considerar a comparação com 2021, no entanto, as mortes de homens tiveram queda maior (-16,8%) que as de mulheres (-14,5%).

Fonte: Poder360

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