Anvisa autoriza uso emergencial de anticorpo monoclonal para tratar Covid

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (11) o uso emergencial de mais um medicamento contra a Covid-19: o Regkirona (regdanvimabe), um anticorpo monoclonal.

No organismo, esse tipo de medicamento auxilia na reprodução de anticorpos que ajudam no combate a alguma doença específica. Contudo, o uso do medicamento não previne a doença.

Antes de concluir seu voto, Meiruze Freitas, diretora da Anvisa e relatora do processo que concluiu por autorizar o uso emergencial do medicamento, fez um apelo a todos os brasileiros ressaltando a importância da vacinação. ”O ato de se vacinar é uma proteção individual e coletiva. Com a vacinação é que vamos combater a pandemia e reduzir os riscos de cepas que possam driblar as vacinas”, afirmou a relatora.

Em seu parecer, Freitas explicou que o medicamento não previne a doença, apenas ajuda no tratamento de pessoas já contaminadas que apresentam casos leves e moderados e que não necessitam de suplementação de oxigênio.

Este é o quarto medicamento aprovado pela agência. Em março, a Anvisa anunciou o registro do antiviral remdesivir. Já em abril, o Regn-CoV2, coquetel que contém a combinação de casirivimabe e imdevimabe, foi aprovado para uso emergencial no país.

O que é o medicamento e como ele será administrado:

  • Anticorpo monoclonal único que têm como alvo a proteína espicular S do SARS-CoV-2;
  • O tratamento é indicado para adultos que não necessitam de suplementação de oxigênio;
  • Ele não é recomendado para pacientes graves;
  • O tratamento deve ser iniciado assim que possível após o teste viral positivo para SARS-CoV-2 e dentro de 7 dias do início dos sintomas;
  • Uso restrito a hospitais, sob prescrição médica e sua venda é proibida ao comércio;
  • Não há eficácia clínica do produto contra a variante brasileira P1;
  • Ainda não existem dados sobre o uso do medicamento em gestantes e lactantes;
  • Ele não substitui as vacinas contra a Covid-19.

A aplicação é intravenosa, com dose única restrita a 40mg/kg, e o tratamento deve ser iniciado após o teste viral positivo para a Covid-19 e dentro de 7 dias do início dos sintomas. O uso é restrito a hospitais e a venda é proibida ao comércio. Já a incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) depende da avaliação do Ministério da Saúde.

A relatora explicou que a decisão da Anvisa se orienta pela ponderação dos potenciais benefícios para a saúde pública em comparação aos eventuais riscos decorrentes da atuação sanitária.

Espero que essa autorização possa ajudar a aliviar a carga em nosso sistema de saúde. A Agência deve usar de todas as vias possíveis para fazer com que novos tratamentos estejam disponíveis para os pacientes o mais rápido possível. Que essa autorização de uso emergencial desse anticorpo monoclonal ofereça ao profissional de saúde mais uma ferramenta no combate à pandemia”, afirmou Freitas. Segundo a agência, há riscos quanto ao uso do medicamento em idosos e pessoas obesas.

Ainda não existem dados sobre o uso do medicamento em grávidas, lactantes, pacientes com doença hepática moderada ou grave e pacientes com doença renal grave.

O pedido de uso emergencial foi feito no dia 12 de maio.

Outros medicamentos

Em março, a Anvisa anunciou o registro do primeiro medicamento para pacientes hospitalizados com Covid-19, o antiviral Remdesivir. O Remdesivir é produzido pela biofarmacêutica Gilead Sciences e o seu nome comercial é Veklury. Trata-se de um medicamento sintético administrado de forma intravenosa (injetado na veia). Ele age impedindo a replicação viral.

O gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, esclareceu que o remdesivir não é vendido em farmácia e pode ser utilizado apenas com supervisão médica. “É uso restrito dos hospitais para que os pacientes possam ser adequadamente monitorados”, disse.

Do G1

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