Antecedendo as reuniões de alocação de águas, técnicos da ANA realizaram visitas em sistemas hídricos da Paraíba

Uma comissão da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico realizou vistoria nos reservatórios Curema/Mãe D’Água, Lagoa do Arroz e São Gonçalo, integrantes da Bacia Hidrográfica dos Rios Piancó-Piranhas-Açu, na Paraíba.

A coordenação dos trabalhos ficou a cargo de Edgar Gaya Banks Machado, especialista em Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento e foi acompanhado pelo presidente do CBH PPA, Waldemir Fernandes de Azevedo.

De acordo com Edgar a visita aconteceu em um momento importante que antecede as reuniões de pré alocação de águas, que pela primeira vez, desde 2020, acontecerão de forma presencial, primeiramente nos reservatórios do Rio Grande do Norte e depois na Paraíba.

A visita teve como objetivo fazer o reconhecimento de alguns dos sistemas hídricos que nós vamos realizar as reuniões presenciais. Como tivemos uma perda considerável de integrantes da nossa equipe, e estamos num momento de transição da coordenação da COMAR, foi também importante conhecermos as pessoas com quem interagimos quase que diariamente”, explicou.

Edgar explicou que essas visitas permitem a ANA uma ideia das condições operativas dos sistemas hídricos, das condições dos canais, como o do Perímetro de São Gonçalo, por exemplo, de forma que quando chegar o momento da alocação os técnicos tenham um diagnostico mais amplo da real condição operativa desses sistemas.

A reunião de alocação de água é um momento em que são definidos, com base nos volumes acumulados no período de chuva, um pacto para estabelecer as condições de uso e os volumes que poderão ser utilizados para cada finalidade dos outorgados. Nessa reunião, a Comar apresenta um panorama da alocação do ciclo anterior, mostra também a condição hidrológica do sistema hídrico, e a partir daí apresenta os possíveis cenários de uso da água. Após isso, os usuários, que são as partes interessadas no uso desses recursos hídricos, fazem uma deliberação acerca de qual dos cenários será aquele que poderão adotar, e a partir da escolha deles, estabelecemos a previsão dos volumes e das cotas esperadas ao longo do próximo ano”, explicou Edgar.

A vigência do ciclo que será deliberado nas próximas reuniões vai de agosto de 2023 até julho de 2024. Mensalmente é feita uma previsão do quanto que estará sendo armazenado nos reservatórios, com base na previsão do consumo que será estabelecido nas reuniões. O cenário deste ano, na avaliação de Edgar é bem mais confortável do que a encontrada na Bacia em anos anteriores.

Nós passamos anos bastante difíceis. Enfrentamos aquela crise terrível dos anos de 2014 até 2017 e foi exatamente nesse contexto que se estabeleceu esse procedimento das reuniões de alocação, da necessidade de se recuperar as estruturas físicas dos sistemas hídricos, e aí nesse sentido, esse momento que estamos agora, além de termos tido uma recarga significativa na maioria dos sistemas, agora temos uma regra que são os marcos regulatórios que estabelecem essa necessidade de se realizar as alocações de águas. Estamos muito mais bem preparados do que estávamos há 10 anos atrás, numa perspectiva de gestão dos recursos hídricos”, finalizou.

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