Anglo American rejeita proposta de compra da BHP por US$ 39 bi

Anglo American
Anglo American tem operações em várias partes do mundo, inclusive no Brasil; na imagem, planta de minério de ferro em Minas Gerais

A mineradora Anglo American rejeitou a proposta de compra feita pela sua concorrente australiana BHP, no valor de US$ 39 bilhões. A companhia divulgou nesta 6ª feira (26.abr.2024) que seu Conselho de Administração analisou a oferta e a classificou como “altamente não atrativa”. Eis a íntegra do comunicado (PDF, em inglês – 272 kB).

A Anglo American, fundada na África do Sul e sediada na Inglaterra, disse ainda que os termos propostos desvalorizam e subestimam significativamente o tamanho das suas operações.

“A proposta contempla uma estrutura que o conselho acredita ser altamente não atraente para os acionistas da Anglo American, dadas a incerteza e a complexidade inerentes à proposta, e riscos significativos de execução”, afirmou em comunicado o chairman da Anglo American, Stuart Chambers

Ele disse ainda que a proposta da BHP é “oportunista” e dilui significativamente o valor relativo da participação dos acionistas da Anglo American em relação aos acionistas da BHP.

A proposta apresentada pela BHP tem acima do atual valor de mercado da Anglo American, de US$ 35 bilhões. A australiana ofertou aos acionistas da concorrente 25,08 libras (US$ 31,39) por ação, um prêmio de 31%, e dividir os ativos de minério de ferro e de outros minerais do grupo.

“A estrutura proposta também é altamente não atrativa, criando incerteza substancial e risco de execução suportado quase inteiramente pela Anglo American, seus acionistas e demais stakeholders”, diz a companhia.

A companhia britânica afirmou que não há certeza se uma nova oferta ou uma proposta firme será apresentada pela BHP. No mercado internacional, no entanto, espera-se que a britânica continue na tentativa.

Se prosperar, o negócio resultará numa gigante da mineração global que abriria uma frente confortável ante a brasileiraVale e a também australianaRio Tinto. A empresa fruto da fusão passaria a ser líder na produção de cobre, tendo 10% da oferta mundial de minas.

A possível compra faz parte da estratégia da BHP de avançar em operações no ocidente, sobretudo na produção de minerais para transição energética, como cobre e níquel. A Anglo American tem forte penetração na América. No Brasil, explora 2 minas de cobre. Também tem uma operação de minério de ferro, na qual a Vale entrou recentemente como sócia minoritária.

Já a BHP é sócia da Vale naSamarco, empresa que extrai minério de ferro em Mariana (MG), onde uma barragem rompeu em 2015. O acordo de reparação ainda está em negociação entre o governo brasileiro, a fundação Renova (controlada pela Vale e BHP) e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Fonte: Poder360

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