Amazônia, Alasca e Caribe: mapas mostram áreas que deverão ser afetadas pelo El Niño em 2024; veja

Mapa mostra cenário mais extremo que pode ser provocado pelo El Niño em 2024
Mapa mostra cenário mais extremo que pode ser provocado pelo El Niño em 2024 — Foto: Divulgação

Os efeitos do El Niño deverão continuar a ser sentidos no mundo no próximo ano, segundo aponta uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports, nesta quinta-feira. De acordo com a análise, temperaturas recordes ainda podem ser atingidas na Amazônia e no Alasca ao longo do primeiro semestre deste ano.

Os modelos desenvolvidos pelos cientistas identificaram que existe uma chance de 90% da temperatura global estabelecer um novo recorde nos próximos meses. A análise foi feita para o período entre julho de 2023 e julho de 2024.

— Este calor iminente aumenta o risco de ondas de calor marinhas durante todo o ano e aumenta a ameaça de incêndios florestais e outras consequências negativas no Alasca e na bacia amazônica. — disse ao jornal britânico The Guardian, o cientista Ning Jiang, da Academia Chinesa de Ciências Meteorológicas e um dos autores da pesquisa.

Além da Amazônia e do Alasca, podem ser afetados pelo calor áreas costeiras na Ásia, como a Baía de Bengala e o Mar da China Meridional, além do Caribe. O estudo, no entanto, tem suas limitações, segundo relatou o professor Adam Scaife, da Universidade de Exeter, no Reino Unido:

A pesquisa inclui mapas com as regiões que deverão ser afetadas pelo fenômeno neste ano. O primeiro deles (A) com o cenário moderado, enquanto o segundo mostra como ficará o mundo em um El Niño mais potente (B). Veja abaixo:

Em ambos os mapas, as regiões com chances de terem temperaturas recordes encontram-se marcadas com pontos azuis. Os quadrados pretos em (B) destacam a Baía de Bengala, o Mar da China Meridional, o Mar do Caribe, Alasca e a Amazônia.

— Este estudo usa registros de temperatura observados e o que sabemos sobre o El Niño e outros efeitos no resto do globo, para inferir o que pode acontecer em 2024 (…) Algumas regiões, África e Gronelândia, por exemplo, têm uma fraca cobertura de dados históricos e são difíceis de avaliar com estes métodos, mas são destacadas como regiões com níveis proeminentes de excesso de calor este ano nas previsões dos modelos climáticos —disse Scaife, que afirma ainda considerar a análise, apesar disso, útil.

Em novembro de 2023, a ONU apontou que o El Niño deva continuar até abril deste ano. Em janeiro, o departamento americano National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) apontou, por sua vez, que o evento climático deve perder força gradualmente indo até o período entre abril e junho.

O El Niño é o nome do fenômeno climático em que acontece o aquecimento das águas do oceano Pacífico, nas proximidades do Peru. Não há uma sazonalidade específica para acontecer, apesar de ser mais visto em dezembro, quando é verão no hemisfério Sul.

O fenômeno impacta a circulação das águas. O El Niño modifica diretamente a temperatura terrestre, ocasionando chuvas ou secas intensas e o aumento da temperatura da Terra. Não há uma explicação definida do que causa essa alteração, mas especula-se que tenha alguma relação com as mudanças climáticas.

Ao contrário do El Niño, o fenômeno climático acontece a partir do resfriamento das águas das partes central e leste do Pacífico Equatorial. Além disso, é caracterizado também por mudanças na circulação atmosférica tropical, o que impacta nas temperaturas e chuvas em todo o mundo.

Fonte: O Globo

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