“Alexandre de Moraes é a lei”, diz Mauro Cid em supostos áudios vazados

Mauro Cid
O tenente-coronel Mauro Cid em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal); o militar foi ajudante de ordens de Bolsonaro

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, teria dito em supostos áudios vazados que o ministro Alexandre de Moraes manda a Polícia Federal prender investigados de maneira ilegal. A conversa foi publicada nesta 5ª feira (21.mar) pela revista Veja.

“Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, teria dito Mauro Cid em um dos áudios.

“Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam”, teria dito Cid em outro áudio. O militar também teria justificado o motivo de colaborar com as investigações.

“Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em [investigação sobre] vacina, eu estou em joia [referindo-se ao caso das joias sauditas]”.

Eis a transcrição do que teria dito Mauro Cid:

“Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: olha, a sua colaboração está muito boa… tipo assim, ele até falou: vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você”

“Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”

“Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”

“Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia”.

Depois da publicação da reportagem da Veja, a defesa de Mauro Cid divulgou uma nota em que diz que o militar “em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade” da PF e da PGR (Procuradoria Geral da República). Classifica os áudios como “clandestinos”.

Leia a íntegra da nota da defesa de Mauro Cid:

“A defesa de Mauro César Barbosa Cid, em razão da matéria veiculada pela revista Veja, nesta data, vem a público afirmar que:

“Mauro César Babosa Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios.

“Referidos áudios divulgados pela revista Veja, ao que parecem clandestinos, não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda, mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”.

Fonte: Poder360

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