Alemanha diz que vazamento de conversa confidencial sobre a guerra na Ucrânia foi um ‘erro individual’

Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius comentou o vazamento de conversa entre altos oficiais do Exército da Alemanha sobre a guerra na Ucrânia
Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius comentou o vazamento de conversa entre altos oficiais do Exército da Alemanha sobre a guerra na Ucrânia — Foto: Tobias Schwarz/AFP

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, atribuiu, nesta terça-feira, a um “erro individual” o vazamento de uma conversa entre oficiais militares de alta patente sobre entregas de armas à Ucrânia. Os primeiros resultados da investigação sobre a divulgação mostram que “os sistemas de comunicação do Exército alemão não estão e não estiveram comprometidos”, afirmou o ministro.

Pistorius explicou que um dos participantes da conversa divulgada estava em Cingapura e se juntou à videoconferência por meio de uma “conexão não autorizada”, o que levou ao vazamento. Na época ocorria um salão aeronáutico no país, e altos comandantes de nações europeias aliadas também participavam. A ocasião, segundo Pistorius, foi conveniente “para os serviços secretos russos”.

Para o ministro, o acesso de espiões russos à conversa entre militares alemães, que ocorreu na plataforma comercial Webex, “foi fruto do acaso, no marco de escutas em grande escala”. Ele afirmou que foi “um grave erro que não deveria ter ocorrido”, mas garantiu que a confiança dos aliados na Alemanha se mantém “intacta”. Pistorius ainda anunciou a abertura de uma investigação preliminar, mas afirmou que no momento “não se preveem consequências individuais”.

— Não vou fazer o jogo do (presidente russo Vladimir) Putin e sacrificar meus melhores oficiais — declarou o ministro em entrevista coletiva.

A conversa confidencial entre oficiais do Exército alemão sobre a ajuda militar a Kiev vazou na última sexta-feira na Rússia. Nela se aborda a hipotética entrega à Ucrânia de mísseis Taurus, de fabricação alemã, apesar de o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, ter se pronunciado contra recentemente. Os oficiais também falam sobre a possibilidade de ataques contra a ponte da Crimeia, península anexada por Moscou em 2014. Um deles chega a dizer que seriam necessários entre 10 e 20 mísseis para destruir a construção.

Fonte: O Globo

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