AGN quer criar cargo de diretoria ao custo anual de quase R$ 450 mil

A Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S.A (AGN) está convocando uma assembleia de acionista para às 10 horas desta terça-feira (6), com a finalidade de criação de mais uma diretoria a um custo anual de R$ 424 mil, inclusive deliberar alteração do Estatuto Social, conforme matéria já aprovada pelo Conselho de Administração.

Circular datada de 23 de janeiro foi enviada as entidades empresariais que são acionistas da AGN, como as Federações da Indústrias (Fiern), da Agricultura, Pecuária e Pesca (Faern) e das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio) do Rio Grande do Norte, bem como o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado (Sindetur-RN), acerca da criação de um cargo diretor com vencimento mensal de R$ 32,65 mil. O presidente da Faern, José Álvares Vieira, declarou que a entidade que representa “é absolutamente contra a criação dessa nova diretoria pela Agência de Fomento do RN.

José Vieira da Faern é absolutamente contra/ Foto: Magnus Nascimento

José Vieira explica que a Faern “vem participando das assembleias e demonstrando preocupação com os números apresentados, bem como reiterando a necessidade de uma modernização, porém sem criação de novos cargos na estrutura”.

Em vez disso, segundo Vieira, a Faern defende que a AGN elabore um planejamento estratégico “para melhor cumprir com os objetivos para os quais ela foi criada, atendendo da melhor forma possível ao seu público alvo”.

Vieira alerta que a criação dessa nova diretoria “representa um custo adicional desnecessário para uma agência cuja estrutura de recursos para financiamentos encontra-se bastante fragilizada”. O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, disse que a instituição “é contrária à criação da nova diretoria”.

Roberto Serquiz afirmou que a Fiern “não vê como justificar a criação de uma diretoria de negócio, levando-se em conta que mais de 95% das operações de financiamento da AGN são de microcréditos”.

Roberto Serquiz (Fiern) não vai concordar/ Foto: Adriano Abreu

Para Serquiz, ao invés da Agência de Fomento criar uma nova diretoria, a um custo anual de R$ 424.547,89, a AGN precisa é diminuir custeio”.

O presidente do Sinditur-RN, Francisco Câmara Júnior, informou que a entidade “não foi consultada”, bem como “desconhece, inclusive, o proposito” da nova Diretoria de Desenvolvimento, Estratégias e Negócios dentro da estrutura da AGN, que se soma a outras três diretorias – a Presidência, a Administrativa-Financeira e Operacional. “Desconhecemos o processo”, resumiu.

Missão da AGN

Dentro da matriz institucional do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, cabe à AGN a seguinte missão: “Fomentar o desenvolvimento econômico e sustentável do Rio Grande do Norte, promovendo a criação de emprego e renda, estimulando a modernização das estruturas econômicas e sociais, aumentando assim, a competitividade empresarial do Estado”. Com a seguinte visão de futuro: “Ser reconhecida como instituição de fomento competitiva, articuladora e indutora do desenvolvimento sustentável do RN, tornando-se referência no fomento aos negócios de microempreendedores”.

O principal objetivo da AGN é contribuir para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte. Antes de sua instalação foi elaborado um estudo, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Federação das Indústrias do RN (Fiern), envolvendo o Projeto Conceitual da Agência. Os modelos operacional, financeiro e administrativo, além da análise de viabilidade econômica e o conjunto de planos, normas e diretrizes, asseguram o pleno cumprimento dos objetivos da AGN. Em nota, a AGN informa que em relação ao seu processo de modernização da estrutura organizacional, que “possui dotação orçamentária própria advinda de seu fluxo operacional enquanto instituição financeira destinada ao fomento e desenvolvimento”.

Segundo a nota da AGN, que é presidida pela ex-deputada estadual Márcia Maia, a mudança estrutural proposta, conforme premissas da modernização institucional, não obstante as necessárias adequações de perfis, missão, nomenclaturas e subordinação hierárquica, “não implicará aumento na quantidade de cargos na nova modelagem organizacional, exceção feita a criação da Diretoria de Desenvolvimento, Estratégias e Negócios”.

A AGN explica que a nova Diretoria objetiva a criação de uma estrutura específica de captação e ampliação de novos negócios em todas as áreas de atuação da instituição, conforme crescimento do número de financiamentos, tal qual do volume de recursos a ser liberado, mediante previsão indicada no planejamento estratégico institucional para 2024. Por oportuno, destaca a nota, que os custos decorrentes da modernização da estrutura organizacional implicará, já inclusas todas as verbas salariais, benefícios e encargos, o valor mensal de R$ 32.657,53.

Da Tribuna do Norte

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