Advogados são presos suspeitos de participação em ‘célula jurídica’ do PCC em GO e DF: ‘Estamos de mãos dadas’

Agentes do Gaeco/MPGO cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em escritório de advogados ligados ao PCC
Agentes do Gaeco/MPGO cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em escritório de advogados ligados ao PCC — Foto: Divulgação /MPGO

O Ministério Público de Goiás realiza uma operação, nesta quinta-feira, que mira advogados investigados por integrarem a “célula jurídica” da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Até agora, dois profissionais foram presos e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos suspeitos. De acordo com as investigações, eles seriam responsáveis por transmitir ordens de lideranças de dentro dos presídios e, também, por planejar falsas denúncias de maus-tratos e tortura nas penitenciárias.

A Operação Honoris Criminis é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e conta com apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), além da presença de representantes da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB.

De acordo com o MP-GO, os mandados foram cumpridos nos municípios de Anápolis, Valparaíso de Goiás e no Distrito Federal. Segundo o inquérito, há indícios de que os advogados fazem parte da célula jurídica do PCC e se valem das prerrogativas da profissão, sobretudo, para transmitir recados entre lideranças e outros membros da facção, por meio de atendimentos em parlatórios — locais específicos para conversa entre presos e advogados — em unidades prisionais.

Os investigadores narram ainda que, dentre as informações transmitidas aos advogados por lideranças do PCC em Goiás, presas em unidades especiais por conta da alta periculosidade, estava um plano coordenado para interferir nas rotinas de saída para banho de sol e audiências das unidades prisionais do estado.

Os advogados também atuariam transmitindo ordens de lideranças para que presos promovessem falsas denúncias de torturas e maus tratos junto aos órgãos de controle, com a finalidade de forçar fiscalização por entidades e, assim, pressionar e obter flexibilidade de regras internas nos presídios de segurança máxima do Estado.

Fonte: O Globo

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