Adolescente negro com autismo é morto por policial nos EUA

Ryan Gainer, adolescente negro com autismo, é morto por policiais nos EUA
Ryan Gainer, adolescente negro com autismo, é morto por policiais nos EUA — Foto: Reprodução

Um adolescente negro foi morto a tiros por policiais na região de Apple Valley, Califórnia, nos Estados Unidos, neste fim de semana. Segundo os agentes, Ryan Gainer, de 15 anos, teria “agredido membros da família e danificado a residência”, e os próprios parentes teriam acionado a polícia. Segundo o advogado da família, o menino tinha autismo e entrou em crise após uma briga familiar.

A polícia foi acionada por volta das 16h45. De acordo com a rede americana CBS, familiares teriam ligado para a emergência e relatado que o adolescente havia começado a agredi-los. Ao chegarem no local, os agentes dizem ter sido confrontados por Ryan, que estava armado com uma ferramenta pontiaguda de jardim com aproximadamente 1,5 metro.

Em depoimento, o agente diz ter recuado, mas foi perseguido pelo adolescente, que tentou feri-lo com a ferramenta. Imagens da câmera corporal do policial, divulgadas nesta segunda-feira, mostram o momento em que o adolescente corre com o objeto nas mãos. “Afaste-se ou vai levar um tiro”, diz o policial. A gravação divulgada, no entanto, não chega ao momento em que os disparos são efetuados.

Ryan chegou a ser levado a um hospital da região pela emergência médica, mas não resistiu. O incidente está sob investigação da Divisão de Investigações Especializadas da polícia. No domingo, após o incidente, um dos representantes da corporação emitiu um comunicado, e afirmou que a “rede de segurança social para aqueles que sofrem de doenças mentais precisa ser fortalecida”.

Segundo a emissora americana ABC, o advogado que representa a família de Ryan explicou que o menino saía para correr e aliviar o estresse, quando se sentia agitado.

— Ryan é um garoto de 15 anos com autismo e, às vezes, para aliviar o estresse ou se estiver um pouco agitado, ele corre. Quando ele voltou, surgiu uma disputa porque ele queria jogar videogame e precisava fazer suas tarefas — explica.

Vizinhos relataram à emissora que policiais já foram chamados na casa do adolescente outras vezes. A conduta do agente, que decidiu atirar fatalmente em Ryan, dividiu opiniões de pessoas que conheciam o adolescente.

— Ele estava lutando com algumas coisas, mas era basicamente um bom garoto — afirmou um vizinho.

Outros acreditam que o policial “não teve escolha”.

— Quando um policial é atacado com qualquer tipo de arma, especialmente nessas circunstâncias, vendo aquele vídeo, não sei quanta escolha ele teve de não fazer o que fez.

Fonte: O Globo

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