Acusado de torturas na ditadura, coronel Ustra morre aos 83

O coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra morreu às 4h45 desta quinta-feira (15) aos 83 anos de idade no hospital Santa Helena, em Brasília. Segundo a assessoria do hospital, a causa da morte foi “múltipla falência de órgãos decorrente de uma severa pneumonia”.

O militar morreu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde deu entrada no dia 24 de setembro para tratamento de câncer, segundo a família informou na época. O velório está marcado para começar às 16h desta quinta e o corpo deverá ser cremado na manhã desta sexta-feira em Valparaíso (GO).

O coronel chefiou, entre 1970 e 1974, o DOI-Codi de São Paulo, um dos principais centros de repressão do Exército durante a ditadura (1964-1985), e era acusado de ter pessoalmente participado de torturas em presos políticos.

Após o fim da ditadura, Ustra foi alvo de diversas acusações de ex-presos políticos e de ações movidas por familiares dos ex-militantes e pelo Ministério Público Federal, que o responsabilizaram por torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos que estavam sob a guarda do DOI-Codi paulistano.

Levantamento do projeto “Brasil: Nunca Mais” aponta que 502 pessoas foram torturadas no DOI-Codi no período em que o órgão esteve sob o comando do coronel.

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