Acusado de assassinar Marielle Franco é expulso da Polícia Militar do Rio

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) decidiu expulsar, na quarta-feira, 08, Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco, morta em 2018. Lessa respondia a um processo disciplinar desde 2021, por ter sido condenado pela destruição de provas relacionadas ao caso.

Segundo o Ministério Público (MP), ele teria jogado fuzis no mar da Barra da Tijuca. As armas nunca foram encontradas. A publicação da PMERJ destaca que o ex-agente descumpriu “preceitos éticos e estatutários que devem ser cumpridos pelos oficiais da corporação” e que o condenado estava “desvencilhado da ética e da moral que regem a instituição”.

Ex-integrante do Batalhão de Operações Especiais, o ex-policial teve a prisão preventiva decretada em 2019.  Em uma das diligências, os investigadores encontraram 117 peças de fuzis, fortalecendo as informações preliminares da polícia de que Ronnie era um dos maiores sicários do estado do Rio de Janeiro. Três anos mais tarde, ele foi condenado a 13 anos de detenção por venda ilegal de armas.

Há cinco anos sem resposta, a morte de Marielle Franco (PSOL)  ganhou um novo capítulo, com as declarações do ministro da Justiça Flávio Dino (PSB), que defendeu recentemente a federalização do caso. Para que ela ocorra, no entanto,  será necessário reverter uma decisão de 2020 do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu a competência das autoridades estaduais na investigação. A mudança também depende de um fato novo. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, mudou de posição e passou a defender que a apuração seja levada à esfera federal.

No Rio, a decisão de renúncia coletiva de todos os membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado em janeiro deste ano enevoou ainda mais a situação. Os procuradores, que investigavam o caso Marielle e outros de grande complexidade no estado fluminense, abriram mão de seus cargos após a escolha do governador Cláudio Castro de reconduzir Luciano Mattos ao cargo de Procurador-Geral do Estado, mesmo que as votações para lista tríplice tenham colocado Leila Machado em primeiro lugar.

Desde o início do inquérito, é a terceira vez em que o MP passará por mudanças na equipe. Em tese, novos promotores serão nomeados para prosseguir com as investigações. Teme-se que tudo volte a estaca zero, com atuação de profissionais pouco familiarizados com o caso. Antes da exoneração coletiva, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) era contra a federalização. Em nota, afirmava que é interesse da Justiça Estadual concluir a investigação.

Da Veja

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