Acidentes com motos deixam 24 feridos/dia no HWG

Sinônimo de agilidade no trânsito e economia de combustível, pilotar uma motocicleta também pode significar aventura e liberdade. Mas o veículo também pode ser facilmente associado à altos índices de acidentes, ocorrências graves e morte. Se você, caro leitor e leitora, começar a reparar na quantidade de pessoas que se arriscam diariamente conduzindo motos sem utilizar um calçado adequado ou mesmo descalço, vai entender a preocupação da médica-cirurgiã Maria de Fátima Pereira Pinheiro, diretora geral do Hospital Walfredo Gurgel. A maior unidade de saúde do Rio Grande do Norte atendeu, em 2016, 10.281 pessoas vítimas de acidentes de trânsito – 8.729 delas pilotavam motos, ou 84,9% dos atendimentos.

Para Fátima Pereira “falta educação no trânsito e uma fiscalização eficiente”. A diretora geral do HWG afirmou que “quase a totalidade” dos motociclistas que dão entrada no hospital chegam sob efeito de álcool, e “a maioria” com alguma lesão nos membros inferiores: tíbia, fêmur, fíbula, joelho, pé, tornozelo. “Muitos estão só com sandália japonesa (de dedo). Imagine o tanto de despesa que esse comportamento causa ao Estado, à Previdência. Quantos vão ficar encostados por invalidez precoce?”, questiona. A médica-cirurgiã defende, inclusive, que o hospital tenha um etilômetro (bafômetro) e amparo legal para realizar o teste.

A diretora geral do Walfredo Gurgel estima que “pelo menos” 70% da demanda por cirurgias ortopédicas no RN são em decorrência do uso de motos. “Moto é um dos principais motivos para a retenção de macas da Samu e a superlotação nos corredores”, contata a médica-cirurgiã.

“Esses números sugerem um problema grave de saúde pública”, acredita Rubens Ramos, especialista em engenharia de transportes e professor da UFRN. Para ele, a média diária de 24 atendimentos no HWG de pessoas vítimas de acidentes de moto é “absurda!”

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