A redução de 0,25 p.p (ponto percentual) na Selic (a taxa básica de juros) nesta 4ª feira (8.mai.2024) se deu com maioria de 5 votos dos diretores do BC (Banco Central). Os outros 4 integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) queriam um corte maior, de 0,50 p.p. Depois de 5 reuniões com unanimidade, é a 1ª vez que houve votos com posicionamentos diferentes.
Todos os que votaram para meio ponto percentual são indicados do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Banco Central. O chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, teve o voto de minerva (desempate).
Eis o placar:
Não é a 1ª vez que Campos Neto desempata a votação do Copom. Em agosto de 2023, quando começaram os ciclos de cortes, seu posicionamento foi decisivo para a queda de 0,50 p.p. Naquela ocasião, votou com Gabriel Galípolo, o 1º indicado de Lula para o Banco Central.
Leia abaixo o histórico da Selic:
O patamar atual vem depois de o Banco Central ter cortado a taxa em meio ponto percentual 6 vezes. A instituição havia indicado em março que a reunião desta 4ª feira (8.mai) seria a última com esse patamar. Assim, esperava-se que a Selic ficasse em 10,25%. A intensidade dos cortes iria diminuir só a partir de junho.
Entretanto, 2 fatores centrais provocaram a antecipação do BC:
Esta reunião do Copom é a 3ª com 4 nomes indicados pelo presidente Lula.
O Banco Central é uma instituição com autonomia operacional. Os 8 diretores e o presidente têm mandatos de 4 anos -que não coincidem com o período eleitoral do Poder Executivo.
Lula só conseguirá obter maioria das cadeiras em 2025, quando Campos Neto e outros 2 diretores terminam o mandato.
Leia no infográfico abaixo os quem são os diretores e a duração de seus mandatos:
Fonte: Poder360