Mesmo confirmados para o ato “pró-democracia” da esquerda em Salvador realizado no sábado (23.mar.2024), o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), não compareceram ao evento. Ambos são grandes nomes do Partido dos Trabalhadores, especialmente na Bahia.
A assessoria de Jerônimo Rodrigues afirmou que o governador sequer estava em Salvador. Disse que ele entregava obras na cidade de Porto Seguro e nos distritos de Arraial D’Ajuda e Trancoso. Por isso, não teria chegado a tempo na capital.
Já a equipe de Jaques Wagner afirmou que “o senador teve um compromisso familiar que o impediu de estar presente no ato”.
Nos materiais de divulgação do evento, Jaques e Jerônimo eram alguns dos nomes mais citados. No site do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, apareciam no subtítulo da chamada:
Em postagens de redes sociais, artes separadas para divulgar a presença de cada um dos confirmados eram compartilhadas. Veja:
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), compareceu. A mobilização de Salvador era considerada o carro chefe dos atos em todo o Brasil. Só 1 dos ministros de Estado estava presente: Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia.
A equipe dela afirmou que seu comparecimento se deve a realização de um evento que marcava os 102 anos do PC do B no mesmo dia na capital baiana –apesar de já estar confirmada nas chamadas oficiais do PT. Ela é presidente licenciada da sigla.
O evento na Bahia foi realizado no largo do Pelourinho, no centro histórico de Salvador. Como o Poder360 mostrou nesta reportagem, havia cerca de 1.042 pessoas presentes –apesar da divulgação massiva.
Este jornal digital fez fotos de alta resolução, com drone, e contou um a um os presentes no horário de maior concentração (às 16h55) e chegou à estimativa de público.
Houve atos semelhantes em várias cidades pelo Brasil e no exterior, mas o de Salvador era para ser o que concentraria maior público. A expectativa do comando petista era de algo próximo a 10.000 pessoas. Só que a adesão dos militantes foi modesta –apesar de o PT governar a Bahia há 17 anos.
No 2º turno das eleições de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 70,73% dos votos válidos em Salvador (contra 29,27% de Jair Bolsonaro, do PL).
As manifestações do sábado começaram a ser planejadas dias depois do ato de 25 de fevereiro organizado por Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo. O chamamento foi divulgado em massa nos canais de comunicação do PT, como o Telegram e o site oficial da sigla. Gleisi também fez convocações em suas redes sociais.
No ato de Bolsonaro na avenida Paulista, estiveram presentes cerca de 300 mil a 350 mil pessoas, estimou o Poder360 com base em fotos aéreas. Apesar de a esquerda ter desejado dar uma resposta aos bolsonaristas ao colocar seus apoiadores na rua, as manifestações do sábado (23.mar) em Salvador e em outras cidades tiveram bem menos público.
Veja fotos do evento de Salvador:
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As manifestações da esquerda tiveram pautas difusas. Relembraram os 60 anos do golpe militar de 31 de março 1964, pediram que não haja anistia para os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro de 2023 e cobraram o fim do “genocídio na Palestina”.
Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o apoio de entidades como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), e de partidos como PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PC do B e Psol.
Os atos da esquerda foram anunciados (leia no quadro abaixo) em 15 Estados, em Brasília e em 2 países (Espanha e Portugal). A manifestação em Salvador (BA) era considerada pelos organizadores como a principal.
Em São Paulo, o ato foi no largo de São Francisco, na região central da capital paulista.
O ato no Rio de Janeiro foi cancelado por causa das chuvas.
Fonte: Poder360