Hospital Walfredo Gurgel chega aos 50 anos com investimento de R$ 10,6 milhões

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No dia 31 de março de 1973, o então pronto-socorro de Natal seria oficialmente transformado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, hoje a principal porta de atendimento da saúde pública no Rio Grande do Norte. Batizada em homenagem ao pároco e governador responsável pela sua construção, a unidade hospitalar receberá neste ano do seu jubileu de ouro um investimento de R$ 10,6 milhões em obras essenciais para a melhoria do atendimentos aos pacientes.

O planejamento contempla cinco obras na unidade: reforma e ampliação do centro cirúrgico, reforma do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), recuperação de instalações elétricas e reforma do segundo e terceiro pavimentos do bloco “B” do hospital.

“Esse investimento é fruto de anos de luta contra a burocracia. Foi um trabalho integrado, que busca melhorar a gestão do cuidado com os pacientes, dando uma ambiência adequada e as melhores condições para que os trabalhadores da saúde atuem. O Walfredo Gurgel, ao longo de vários anos, não teve uma manutenção adequada, mas agora vamos recuperar isso”, afirmou o secretário de Saúde Pública Cipriano Maia.

A licitação para efetivar o investimento foi lançada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN) no fim de março e deverá ser efetivada dentro dos próximos meses. “Vamos montar um cronograma ajustado, como uma operação de guerra, para manter o hospital com o melhor funcionamento enquanto essas obras importantes vão sendo feitas. Será um trabalho envolvendo todos que fazem o Walfredo”, disse o diretor geral da unidade, Tadeu Alencar.

Os novos investimentos serão somados a outras obras entregues recentemente, como a reestruturação do heliponto, a reforma do sistema geral de bombeamento de água e da casa de gás, ou que estão em vias de serem concluídas, no caso das reformas da central de distribuição de insumos farmacêuticos, do setor de transplante de órgãos e do sistema de esgoto, além da recuperação dos barriletes das caixas d’água.

Histórico

O que hoje é o Complexo Hospitalar Walfredo Gurgel, somando o hospital e o pronto-socorro Dr. Clóvis Sarinho, surge ainda em 1971. Entregue no último dia da gestão do monsenhor no Governo do Estado, a estrutura foi dotada de estrutura ao longo dos anos para ser a primeira unidade de saúde pública do RN para atendimentos de urgência e emergência das pessoas vítimas de trauma.

No início da década de 1970, o Walfredo possuía cerca de 330 servidores. Hoje são mais de dois mil profissionais de diversas áreas, com especialidade nas áreas de ortopedia, neurologia e tratamento de queimados, recebendo pacientes de todos o estado.

O Hospital conta com mais de 380 leitos, entre enfermarias, salas de observação, setor de politrauma, e UTIs, atendendo cerca de 190 pessoas e fazendo mais de 40 internações por dia, além de centenas de procedimentos como cirurgias, exames de raio-x, tomografias e ultrassonografias. O pronto-socorro Dr. Clóvis Sarinho foi inaugurado em fevereiro de 2001, ampliando a capacidade de atendimento da unidade.

O prédio foi inaugurado na manhã do dia 31 de março de 1973, como uma das últimas ações do então governador Walfredo Gurgel, que passaria o cargo a Cortez Pereira ainda naquele dia. O “hospital geral do pronto socorro” foi, ao lado da ponte de Igapó, uma das maiores obras físicas da gestão do monsenhor. Em seu discurso quando da entrega da obra, ao lado do secretário de saúde Jair Nogueira, o governador destacou que a obra durou três anos e atendia a um anseio da população potiguar em ter um local para atendimento de urgência e emergência. A incumbência de equipar e fazer funcionar o novo hospital ficou para a gestão seguinte.

O monsenhor Walfredo Dantas Gurgel nasceu em Caicó, em 2 de dezembro de 1908. Antes de ser o 41º governador do estado, o sacerdote seridoense foi deputado federal, senador e vice-governador de Aluízio Alves, a quem sucedeu no comando do poder executivo.

Ele seria o último governador eleito pelo voto popular naquele período, com as eleições locais pelo voto direto retornando apenas em 1982, ainda na vigência da ditadura militar. Faleceria ainda em 1971, ainda aos 62 anos. O ex-governador morreu em casa, vítima de um câncer no pulmão, no dia 4 de novembro daquele ano.

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