56% dos apoiadores de Bolsonaro concordam em manter Brazão preso

A USP também questionou os manifestantes sobre a confiança na PF à frente do caso Marielle: 68% disse confiar na investigação da corporação em algum grau; na imagem, ato de Bolsonaro em Copacabana

Mais da metade (56%) dos manifestantes presentes no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (21.abr.2024), em Copacabana, no Rio, disseram concordar com a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). A decisão foi tomada pela Câmara em 10 de abril. Ele é indicado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), em 2018.

Segundo a pesquisa realizada pelo Monitor do Debate Público no Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo), outros 26% discordaram da continuidade da prisão do deputado e 21% disseram não saber. Eis a íntegra da pesquisa (PDF – 303 kB). 

A manutenção da prisão foi mantida por 277 votos favoráveis e 129 contrários– o PL de Bolsonaro foi 2º partido com o maior número de votos contrários. Figuras da legenda, como o deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL), se manifestaram publicamente contra o caso e pedindo que outras autoridades vetassem a detenção.

Brazão foi preso em 24 de março pela Polícia Federal, junto ao seu irmão, o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

A USP também questionou os manifestantes sobre a confiança na PF à frente do caso Marielle: 68% disse confiar na investigação da corporação em algum grau (leia abaixo). Outros 18% disseram não confiar e 13% não souberam responder. Eis as respostas: 

O Monitor da USP entrevistou 368 pessoas na praia de Copacabana de 10h às 12h30 no domingo (21.abr). A margem de erro com grau de confiança de 95% é de 5 p.p (pontos percentuais) para mais ou para menos.

Perguntados sobre quem deveria ser candidato à presidência no lugar de Bolsonaro, 54% dos entrevistados indicaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e 23% a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

Os 2 têm ampla vantagem dos demais nomes mencionados pelos manifestantes, que citaram nomes como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o ex-candidato a vice de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto (PL), ambos com 4%.

Um dos principais pontos abordados no ato de Bolsonaro, que reuniu de 40.000 a 45.000 pessoas segundo o levantamento feito pelo Poder360, foi o embate entre o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter).

Das 368 pessoas entrevistadas pela USP, 91% afirmaram que as decisões de Moraes configuram “censura”, enquanto 85% concordaram com a decisão de Musk de descumprir decisão do Supremo e restituir as contas que foram suspensas e 93% se disseram favoráveis ao impeachment do ministro.

Leia abaixo as perguntas sobre o tema: 

“Considera que a suspensão de contas do X/ Twitter determinadas pelo STF e pelo TSE configura censura?”

“Concorda com a decisão de Elon Musk de descumprir decisão do STF e restituir as contas que foram suspensas?”

“É a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes?”

Desde 6 de abril, Musk tem questionado as decisões judiciais encaminhadas à plataforma para retirada de conteúdos e perfis investigados por disseminação de desinformação e propaganda eleitoral irregular em 2022. 

O dono do X classificou as ordens judiciais como censura, ameaçou descumprir ordens judiciais e restabelecer o acesso de perfis banidos e chamou Moraes de “ditador” reiteradas vezes. As manifestações do empresário sul-africano foram celebradas por aliados e apoiadores de Bolsonaro. 

No evento de domingo havia cartazes com o rosto de Musk e Bolsonaro chegou a dizer que ele mostrou “para onde a democracia estava indo”. 

Fonte: Poder360

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